Whindersson Nunes publicou nesta segunda-feira (25) uma carta aberta a Mark Zuckerberg em forma de vídeo. O humorista pediu mudanças no algoritmo do Instagram para melhorar a entrega de conteúdos aos 57 milhões de seguidores. Ele afirmou que enfrenta dificuldades para alcançar o público e que o problema afeta também outros criadores.
O apelo foi feito em inglês, língua que o artista disse evitar falar, mas que escolheu para garantir que o executivo da Meta entendesse a mensagem.
“ Primeiro, deixa eu te contar uma coisa inusitada: Eu não falo inglês. Sou brasileiro, sou comediante… e, sinceramente? Sou meio bairrista — adoro minha língua. Normalmente, não me importo em falar mais nada. Quando vocês vêm para o Brasil, aprendem português para vender, né? Mas quando é o contrário… ninguém se importa com a nossa língua. Então, olha para mim agora, Mark. Estou quebrando minha própria regra. Falando em inglês. Não porque eu ame… mas porque preciso que você me entenda ”, disse Whindersson.
O humorista afirmou que suas postagens não chegam ao público que já o acompanha. “ Minhas postagens não alcançam as pessoas que já me seguem. É como fazer um show de stand-up num estádio e o microfone estar desligado ”, comparou.
Ele também destacou que dedica tempo e audiência à plataforma, mas se sente prejudicado ao tentar divulgar novos projetos.
“ Mark, eu vivo nesta plataforma. Eu trabalho aqui. Trago milhões de horas de atenção para cá. Mas quando tento compartilhar meus outros projetos — educação, tecnologia, moda sustentável, música — de repente minha conta deixa de ser minha. De repente, estou competindo com a empresa que ajudei a construir. Parece que a regra é: ‘Se não lucrarmos, você também não ganha’. Isso não é parceria, é punição ”, criticou.
Na carta, Whindersson denunciou a exposição de conteúdos considerados nocivos enquanto criadores encontram barreiras para compartilhar trabalhos relevantes.
“ E ouça — o Instagram diz que é democrático. Mas rolamos a página e vemos discurso de ódio, homofobia, até pedofilia… e nada acontece. Enquanto isso, criadores tentando espalhar algo positivo, educacional ou sustentável? Somos soterrados pelo algoritmo. Então imagine, se isso acontece comigo — com 57 milhões de pessoas esperando para ouvir de mim — que tal um novo criador começando hoje? Não se trata apenas de mim, Mark. É um manifesto. Um apelo por justiça, por transparência, por respeito ”, afirmou.
O desabafo terminou com uma pitada de humor.
“ Se o algoritmo for mesmo Deus, então, por favor, nos deem um confessionário — porque, neste momento, o único pecado é tentar ser independente ”, disse o artista, que pediu para os fãs marcarem Zuckerberg nos comentários.