O novo single da banda emo The Ataris está causando polêmica nos Estados Unidos. O disco, que marca o primeiro lançamento do grupo em 15 anos, foi proibido de ser comercializado em oito estados por conter resíduos de um cadáver.
Intitulado “Car Song”, o vinil foi produzido com partes das cinzas de William Charles Roe, pai do vocalista Kris Roe, morto em 2014 devido a complicações relacionadas ao alcoolismo. A homenagem incomum gerou restrições legais em estados como Flórida, Geórgia, Texas e Virgínia, onde a venda de restos mortais humanos é proibida.
Em nota oficial, a banda explicou: “Embora seja legal comercializar restos mortais em 42 estados, em oito deles essa prática é ilegal. Pedimos que fãs dessas regiões evitem encomendar a ‘Variante das Cinzas Memoriais’.”
Kris Roe compartilhou uma mensagem emocionada no site do grupo, relembrando a relação conturbada com o pai, que lutou contra o alcoolismo antes de se recuperar com ajuda dos Alcoólicos Anônimos .
“Você é profundamente amado e sua memória viverá nesta música”, escreveu. Parte da renda das vendas será destinada a instituições que apoiam dependentes químicos.
Além da inédita “Car Song”, o vinil inclui uma regravação de “In This Diary” (2003), música favorita de William. A iniciativa, ainda que controversa, reforça o tom pessoal do retorno da banda após anos de hiato.
Enquanto colecionadores disputam as cópias disponíveis, o debate sobre os limites entre arte e legislação ganha novos capítulos. Resta saber se outros artistas seguirão o mesmo caminho — e como as leis responderão.