A campanha de arrecadação para Agam Rinjani, o montanhista voluntário que liderou o resgate da brasileira Juliana Marins no Monte Rinjani, na Indonésia, superou a meta inicial de R$ 350 mil e chegou a R$ 495 mil. O valor será destinado ao próprio Agam, à equipe de resgate e a projetos de reflorestamento nas montanhas do país.
A vaquinha, organizada pela plataforma Razões para Acreditar, é a única autorizada pelo alpinista. Inicialmente, ele relutou em aceitar ajuda financeira, pedindo apenas orações, mas depois concordou em receber doações para custear os gastos da operação e apoiar causas ambientais.
O resgate e a noite ao lado de Juliana
Agam Rinjani, um experiente guia local, reuniu sete amigos e bancou do próprio bolso as passagens aéreas para iniciar a busca por Juliana, que havia caído durante uma trilha no vulcão Rinjani. Em condições extremas, com chuva e risco constante de deslizamentos, a equipe levou quase 14 horas para alcançar o corpo da jovem, que estava a 600 metros de profundidade.
Em um vídeo no Instagram, Agam contou que passou a noite ao lado de Juliana, segurando-a para evitar que o corpo caísse ainda mais. O transporte do corpo até o topo da montanha durou sete horas e exigiu esforço sobre-humano em um terreno íngreme e perigoso.
Solidariedade e reconhecimento
A história de Agam comoveu brasileiros e internautas do mundo todo. Seu perfil no Instagram ganhou mais de 400 mil seguidores em menos de 24 horas, com mensagens de gratidão e homenagens. Muitos o chamaram de “herói” pela dedicação em tentar salvar Juliana, mesmo após a confirmação de sua morte.
Juliana Marins, de 26 anos, natural de Niterói (RJ), fazia um mochilão pela Ásia quando decidiu enfrentar a trilha no Monte Rinjani. Após uma queda, ela ficou presa em um local de difícil acesso por quatro dias antes de ser encontrada. Seu corpo será repatriado ao Brasil.