Salve, salve, simpatia!
Em um país marcado por desigualdades históricas, onde o racismo estrutural ainda impõe barreiras invisíveis (e visíveis) para a ascensão de profissionais negros, nasce a Uuka Brasil, uma associação que surgiu do inconformismo e da urgência por mudança.
Fundada em junho de 2020, em plena pandemia, a Uuka começou de forma digital, com encontros virtuais, ideias compartilhadas e a convicção de que era possível transformar trajetórias. Seu objetivo é claro: potencializar e formar novas lideranças negras, oferecendo ferramentas reais, por meio da mentoria, para que esses profissionais possam ocupar espaços de destaque no Brasil e no mundo.
Em um país como o Brasil, onde a maioria da população é negra, é inaceitável que ainda estejamos tão sub-representados nos espaços de poder. Ter líderes negros nas empresas, na política, na mídia e em todas as esferas da sociedade não é apenas uma questão de representatividade, é uma questão de justiça histórica, reparação e inteligência estratégica.
Líderes negros carregam vivências únicas, que refletem a realidade de grande parte da população brasileira. São essas experiências que trazem empatia, soluções inovadoras e uma visão mais plural sobre negócios, pessoas e impacto social. Quando uma empresa escolhe promover um talento negro para um cargo de liderança, ela está dizendo que acredita na potência da diversidade, e não apenas como um discurso bonito, mas como prática real.
A ideia nasceu a partir de um processo de reconhecimento de privilégios por parte de Yuri Dantas, que decidiu usar sua rede de contatos para criar pontes e oportunidades. Ao seu lado, nomes como Marlyana Dias, Tassya de Paula, Karina Bertolla, Lorrayne Bernardes e Valéria Dotta formaram o grupo de cofundadores. Juntos, criaram os primeiros roteiros de mentoria, aplicados em um grupo inicial de oito duplas voluntárias. Com o tempo, a metodologia foi sendo refinada, e a equipe também cresceu, com a entrada das diretoras Maris Carlos e Talita Caputo.
Mais do que mentorias, a Uuka oferece caminhos. O sonho da associação é formar uma legião de pessoas negras preparadas para liderar, influenciar e transformar o ambiente corporativo, e principalmente, para multiplicar esse conhecimento, criando um ecossistema de equidade, feito de propósito e intenção.
Em um mundo que ainda resiste a abrir espaço, a Uuka não pede licença: ela forma, impulsiona e ocupa. Porque equidade não é favor, é justiça.
