A 17ª Semana do Artesão 2025 vai ser realizada de 19 a 25 de março. Na noite do dia 19, na abertura da Feira Mãos que Criam, a partir das 18 horas, vai ser feita homenagem aos artesãos que se destacaram em sua história com o artesanato. Após as homenagens, haverá a execução do Hino de Mato Grosso do Sul pelo Mestre Cururueiro Sebastião Souza Brandão e seu neto Cururueiro Bruno Santos, e às 19h30 será a apresentação cultural com o grupo Ipê de Serra. A cerimônia é aberta ao público.
Uma das homenageadas deste ano, Rosenir Batista nasceu em 8 de março de 1967. Trabalha com a Cerâmica Tradicional Terena desde a infância, há mais de 49 anos. “O saber ancestral da arte em cerâmica Terena aprendi com minha avó, e das primeiras peças produzidas (Bichinhos do Pantanal, vasos) meu trabalho evoluiu para diversos tipos de peças utilitárias e decorativas, que se transformaram na minha principal fonte de renda. Este conhecimento ancestral que recebi de minha avó já repassei para minhas filhas e netas, e eles já trabalham comigo, e temos o compromisso de manter está técnica viva de geração em geração”.
Rosenir mora na aldeia Cachoeirinha, município de Miranda, e trabalha com cerâmica desde quando tinha 12 anos. “Eu trabalhava com a minha mãe, minha mãe trabalhava já com cerâmica, eu ajudava. Na prática, hoje, eu tenho 25 anos na área de artesanato. A cerâmica para mim é um trabalho que minha mãe me deixou. Então eu não posso deixar morrer a cultura, o trabalho que ela deixou para mim, eu tenho que dar continuidade. É a cultura da aldeia onde eu moro, eu não posso deixar ser esquecido, toda a minha família hoje trabalha na cerâmica. É muito bom ver os alunos felizes, eu vejo a satisfação deles de poder pegar na argila”, afirmou Rosenir.
Outra homenageada, Josefa Mazarão nasceu em 13 de outubro de 1955, é mestre artesã, em tecelagem, fiação e tingimento natural. Nascida na cidade de Castilho-SP, veio para o Mato Grosso do Sul ainda pequena. A família veio trabalhar na lavoura de Café no ano 1957. Casou-se no ano de 1974 e se tornou mãe de cinco filhos e sete netos, trabalhou muitos anos no Grupo Coagri na cidade de Caarapó, também atuou como cozinheira no frigorífico. Iniciou com tecelagem no tear de prego no ano de 1997 no quintal da sua casa e não parou mais. Em 2002 foi uma das fundadoras e idealizadoras da Associação de Arte e Artesanato Vale da Esperança, onde um grupo de mulheres começou a trabalhar com a lã de carneiro adquirida com os fazendeiros da região. Ao longo dos anos se tornou mestra em ensinar a arte da tecelagem no tear e tingimento natural a partir de plantas nativas e cascas de legumes. Tem levado o artesanato de Caarapó para muitos estados do Brasi e a história que construiu nos 27 anos.
Jane Clara Arguello, outra homenageada, nasceu em 19 de julho de 1956. Natural de Corumbá e residente em Campo Grande desde os cinco anos, possui uma trajetória consolidada no desenvolvimento de trabalhos artesanais, iniciada em 1985. Com dedicação às artes manuais, seu foco está na valorização da cultura regional, no empreendedorismo e na inovação no artesanato. Seu trabalho combina tradição e inovação, promovendo a valorização do artesanato como ferramenta de enriquecimento cultural, social e econômico. Além disso, participa ativamente de exposições, simpósios e eventos, compartilhando seu conhecimento e contribuindo para o fortalecimento do setor artesanal no Brasil e internacionalmente.
“Para mim é uma honra, é um reconhecimento de 25 anos de trabalho, dando aulas, sendo mestre, ensinando o artesanato a todo mundo, tirando muitas pessoas do que faziam para ser um empreendedor do nosso artesanato e podendo levar o nosso artesanato para fora. A importância da Semana do Artesão para os artistas do estado é muito grande porque a Fundação de Cultura faz o reconhecimento de todos os artesãos, para que eles possam ser reconhecidos lá fora, dando oportunidade para eles poderem progredir e ter o seu próprio negócio”, finaliza Jane.
Texto: Karina Lima
Fotos: Divulgação
