Em 2025, completam-se 12 anos desde que a MTV Brasil saiu do ar na TV, deixando um legado que até hoje ecoa na cultura pop nacional. Entre 1990 e 2013, o canal não só revolucionou a televisão musical, mas também lançou alguns dos maiores nomes da mídia brasileira. Nascida como um canal revolucionário, a MTV misturava música, irreverência e comportamento, definindo a juventude.
E o que aconteceu com aqueles rostos que marcaram época? Alguns continuam sob os holofotes, outros se reinventaram longe da fama, e há os que preferiram o anonimato. Neste especial atualizado, você descobre o paradeiro dos VJs (videojockeys) que definiram uma geração – dos famosos aos esquecidos, dos que brilham até hoje aos que enfrentaram desafios pessoais. Reunimos histórias de reinvenção, superação e nostalgia.
Onde estão os VJs?
Astrid Fontenelle
Astrid Fontenelle se consolidou como uma das apresentadoras mais versáteis da televisão brasileira. Sua trajetória ganhou destaque quando se tornou a primeira VJ da MTV Brasil, marcando história ao inaugurar as transmissões do canal no país com a icônica frase: “Oi, eu sou a Astrid, e é com o maior prazer que estou aqui para anunciar que está no ar a MTV Brasil!”.
Antes de assumir o posto, Astrid passou por um estágio na matriz da emissora em Los Angeles, experiência que a preparou para seu duplo papel na MTV: além de apresentadora, atuou como gerente de jornalismo. Foi a frente de programas como “Disk MTV” e “Barraco”, combinando irreverência e conteúdo crítico.
Sua carreira pós-MTV manteve o tom de protagonismo. Em 2013, assumiu o comando do “Saia Justa” (GNT), onde conduziu debates ao lado de Barbara Gancia, Maria Ribeiro e Mônica Martelli por uma década. Após deixar o programa em 2023, seguiu ativa como influenciadora digital, discutindo cultura, comportamento e política nas redes sociais.
Penélope Nova
Iniciou sua trajetória na MTV Brasil em 1997 como produtora, mas foi em 2001 que ganhou destaque ao assumir a apresentação do programa “Riff” (antigo Fúria Metal), dedicado a clipes de heavy metal. Sua versatilidade a levou a comandar também o “Ponto Pê”, onde discutia sexualidade de forma descontraída com o público jovem.
Entre 2008 e 2009, expandiu seu repertório com o “MTV na Rua”, captando opiniões do público sobre temas cotidianos, e o “VMB Diário”, cobrindo os bastidores do Video Music Brasil. Em 2011, deixou a emissora devido à crise financeira que atingiu o canal.
No ano seguinte, aventurou-se no reality show “A Fazenda 5” (RecordTV), onde ficou conhecida por suas opiniões sinceras e foi a nona eliminada. Atualmente faz conteúdo na internet sobre rotina fitness.
Sabrina Parlatore
Iniciando sua carreira na MTV Brasil em 1995, Sabrina Parlatore conquistou o público ao comandar o “Non Stop MTV”. Seu talento a levou a apresentar outros programas de destaque na emissora, como “Disk MTV” (onde permaneceu por quatro anos), “Resposta MTV”, “Suor MTV” e “Luau MTV”, consolidando-se como uma das VJs mais populares da época.
Em 1999, migrou para a TV Bandeirantes, onde apresentou programas como “Território Livre”, “Super Positivo”, “Deu Praia” e “Clipmania”, além do quadro esportivo Geral no “Show do Esporte”. Seis anos depois, em 2005, assumiu o comando do programa Vitrine na TV Cultura, ao lado de Rodrigo Rodrigues, onde permaneceu até 2011.
Nesse mesmo ano, Sabrina estreou no canal Glitz com o programa Update e, entre 2011 e 2014, apresentou a cobertura do tapete vermelho do Oscar para o canal TNT. Paralelamente, seguiu sua paixão pela música, lançando a turnê “De Gershwin a Tom Jobim”, com mais de 40 shows dedicados ao jazz, bossa nova e MPB.
Em 2015, enfrentou um desafio pessoal: foi diagnosticada com câncer de mama em estágio inicial. Após concluir o tratamento, decidiu compartilhar sua experiência publicamente para conscientizar outras mulheres sobre a importância do diagnóstico precoce.
O tratamento, embora eficaz, trouxe consequências, como uma menopausa precoce. No entanto, Sabrina superou a doença e hoje está curada, seguindo sua vida profissional e pessoal com a mesma determinação que sempre a caracterizou. Mantém uma vida reservada.
Edgard Piccoli
Com uma trajetória que se confunde com a história da televisão musical no Brasil, Edgard Piccoli se consagrou como um dos apresentadores mais versáteis da MTV. Entre 1992 e 2006, comandou programas icônicos como “Palco MTV”, “Jornal da MTV”, “UltraSom”, “Nação MTV” e “Fanático MTV”, tornando-se referência no jornalismo musical.
Seu currículo inclui entrevistas históricas com grandes nomes da música nacional e internacional, como Ozzy Osbourne, Red Hot Chili Peppers, Pearl Jam, R.E.M., além de artistas brasileiros como Gilberto Gil, Caetano Veloso e Titãs. Sua abordagem descontraída e conhecimento musical aprofundado conquistaram tanto o público quanto os entrevistados.
Em 2006, migrou para o Multishow, onde apresentou programas como “Circo do Edgard” (2006-2009), “Edgard no Ar” (2009) e “Experimente” (2009-2010), além de cobrir eventos musicais e entrevistar artistas como Radiohead, Oasis e Ivete Sangalo.
Em 2010, assumiu o comando do reality show “Busão do Brasil” na Band, mas deixou a emissora no ano seguinte. De 2012 a 2020, integrou o time do Jovem Pan “Morning Show”, onde se destacou por suas análises culturais e musicais.
Do auge à mudança de era
Nos anos 1990, sob gestão do Grupo Abril, a MTV Brasil tornou-se fenômeno com programas icônicos como “Disk MTV”, “Piores Clipes do Mundo” e “Fúria Metal”, além de reality shows pioneiros como “Dia Verão”. Em 2013, porém, a crise financeira da Abril levou à devolução da marca para a Viacom (hoje Paramount Global), que relançou o canal em uma versão mais alinhada ao modelo internacional, com reality shows como “De Férias com o Ex”. A essência “made in Brazil”, no entanto, nunca foi replicada.