Nesta quinta-feira (8), foi deflagrada a Operação Tiradentes, com o objetivo de investigar o ex-presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, o desembargador Divoncir Schreiner Maran. A ação resultou no cumprimento de nove mandados de busca e apreensão em Campo Grande e Bonito. Tanto a Polícia Federal quanto a Receita Federal do Brasil estão envolvidas na investigação, que também abrange parentes do magistrado e advogados, suspeitos de corrupção passiva e ocultação de patrimônio.
Os mandados de busca e apreensão foram expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça, conforme comunicado divulgado pela Polícia Federal. A investigação aponta para a concessão de uma decisão liminar em favor de um indivíduo com extenso histórico criminal, incluindo crimes como tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa. O beneficiado pela decisão era o narcotraficante Gerson Palermo, condenado a 126 anos de prisão, cuja prisão domiciliar foi autorizada pelo desembargador Maran, permitindo-lhe romper a tornozeleira eletrônica e fugir durante o feriado de Tiradentes em 2020.
Diante das suspeitas de conduta criminosa e de possível ocultação de patrimônio, as investigações se expandiram, levando à identificação de novos suspeitos, incluindo cônjuge, filhos, advogados e ex-empregados do desembargador. A Polícia Federal determinou que o magistrado está proibido de acessar as dependências do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, bem como de se comunicar com funcionários ou utilizar seus serviços, sob pena de prisão preventiva.
A operação representa mais um esforço das autoridades no combate à corrupção e na busca pela transparência e integridade no sistema judiciário do estado.