quarta-feira, maio 21, 2025
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Pedro Páramo: os 70 anos de um ícone da cultura latino-americana

Há escritores que não necessitam escrever dezenas de obras para ter seu nome inscrito na história da literatura. Esse é o caso do brasileiro Raduan Nassar, com o romance Lavoura Arcaica (1975) e a novela Um copo de cólera (1978) ou do mexicano Juan Rulfo, cuja obra prima Pedro Páramo está completando 70 anos de sua publicação e tem uma adaptação cinematográfica disponível na Netflix.

O contexto histórico

Juan Nepomuceno Carlos Pérez Rulfo Vizcaíno, nascido em 1917, no mexicano estado de Jalisco, escreveu duas grandes obras: o livro de contos Chão em chamas (1953), no original El llano en llamas , e o romance Pedro Páramo(1955).

Essa última obra, pela criatividade da narrativa e sua abordagem fantástica, é considerada como precursora do realismo mágico latino-americano, movimento literário também conhecido pelos nomes de real maravilhoso ou realismo fantástico, uma resposta dos escritores da América Latina à literatura fantástica escrita na Europa.

Nessa época, se dizia que a realidade da América Latina já era fantástica, bastando apenas retratá-la para entrar nesse universo mágico. 

O auge do real maravilhoso aconteceu entre as décadas de 60 e 70 do século passado, revelando obras que já são consideradas clássicos da literatura latino-americana, como Cem anos de solidão , de  Gabriel García Márquez, Conversa no Catedral , de Mário Vargas Llosa, O jogo da amarelinha , de Julio Cortázar, A morte de Artemio Cruz , de Carlos Fuentes e O obsceno pássaro da noite , de José Donoso. 

Esses escritores fizeram parte de uma espécie de movimento que ficou conhecido como o boom da literatura latino-americana, que acabou despertando o interesse mundial para a literatura produzida na América Latina.

O livro

Essa narrativa é elaborada em uma mescla de vozes entre primeira e terceira pessoas.
A trama se inicia com Juan Preciado voltando para Comala, a terra de sua mãe, que acabara de falecer, para procurar Pedro Páramo, seu pai, que ele nunca tinha visto. Ao chegar no local, Preciado começa a ter contato com pessoas que conheciam seu pai, ou eram próximas dele, descobrindo que ele já havia falecido. 

Cada um que ele encontrava, que vamos descobrindo nem sempre ser uma pessoa real, lhe contava algo sobre o passado de seus pais. E assim vai-se construindo o mosaico que revelará a história de sua família e daquele povoado. 

Os filmes

A primeira adaptação de Pedro Páramo para o cinema foi feita em 1967, por Carlos Velo, cineasta espanhol radicado no México. O protagonista foi interpretado pelo ator John Gavin. A segunda adaptação foi lançada em 2024, com direção de Rodrigo Prieto, roteiro elaborado por Mateo Gil e tendo Tenoch Huerta como Juan Preciado e Manuel García-Rulfo no papel de Páramo.

Essa versão está disponível na plataforma da Netflix. Assistir esse novo Pedro Páramo é um convite para adentrar em um mundo fantástico no qual presente e passado se materializam em pé de igualdade e, muitas vezes, se confundem. 

Os cenários escolhidos são perfeitos, dialogando em plena sintonia com os personagens e a narrativa de Juan Preciado na busca do pai Pedro Páramo, surpreendendo a todos a cada nova revelação.

Qualquer um desses dois produtos, seja o livro ou o filme, merecem ser apreciados, pois Pedro Páramo é um marco na criatividade da América Latina, que se tornou um clássico da literatura latino-americana.

Esta coluna é um espaço destinado à cultura e músicas latinas. Mais informações sobre esses temas você encontra em www.ondalatina.com.br   e no Canal Onda Latina: https://www.youtube.com/@canalondalatina

Assista ao trailer de Pedro Páramo:

Fonte: gente.ig.com.br

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