O caso envolvendo a ex-assistente de palco do The Noite Juliana Oliveira ganhou mais um capítulo. Após a comunicadora acusar o apresentador Otávio Mesquita de estupro e afirma que o SBT e o comediante Danilo Gentili foram omissos às acusações, a emissora veio a público comentar o caso.
Em nota enviada ao Portal iG, o SBT afirma que tomaram as medidas cabíveis por meio do seu Departamento de Governança Corporativa: “A propósito do episódio envolvendo a Srª. Juliana Oliveira e o apresentador Octávio Mesquita, o SBT vem esclarecer que tomou, a tempo, todas as providências que lhe competia por meio do seu Departamento de Governança Corporativa”, diz o documento.
Omissão
Juliana fez um desabafo nas redes sociais na última terça-feira (15), em que afirma que buscou apoio da direção do programa e do próprio apresentador Danilo Gentili, mas que não foi ouvida: “Eles me escondiam no banheiro quando o Otávio Mesquita aparecia no estúdio”, revelou. A ex-funcionária diz ter vivido anos de silêncio e medo de represálias.
Após o episódio envolvendo o apresentador, ela explica que a decisão da direção da emissora era de evitar o contato com o apresentador, o que incluía trancá-la em um banheiro quando ele visitava o estúdio.
“Eu era trancada no banheiro como se a errada fosse eu… como se a criminosa fosse eu”, relatou. Juliana disse que essa rotina se repetia mesmo após promessas de que Mesquita não seria mais convidado para o programa.
Segundo ela, a denúncia não foi formalizada na época — em 2016 — pois havia medo do poder do apresentador na emissora. Entretanto, após sair do The Noite , ela procurou o compliance da emissora para relatar oficialmente os abusos. A orientação recebida foi manter sigilo enquanto o caso era apurado. Segundo Juliana, a promessa era de que a empresa cuidaria do caso com responsabilidade.
Mesmo após relatar o caso para os setores responsáveis, Juliana foi desligada do SBT em fevereiro. Ela disse que aguardava uma reunião com a presidente da emissora, Daniela Beyruti, mas recebeu uma resposta frustrante.
“Juliana, uma coisa não tem nada a ver com a outra, né?”, teria dito a executiva ao ser questionada sobre o andamento da denúncia. Juliana interpretou a fala como descaso com sua situação e saúde mental. “Quer dizer, eu fiz uma denúncia para uma empresa comandada por mulheres e nem ao menos elas me ouviram”, lamentou.