sexta-feira, outubro 10, 2025
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Museus da Fundação de Cultura guardam a memória dos 48 anos de Mato Grosso do Sul

A Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul possui unidades como o Museu de Arte Contemporânea (MARCO), o Museu da Imagem e do Som (MIS), o Arquivo Público Estadual e a Biblioteca Pública Estadual Dr. Isaias Paim, que guardam a memória de Mato Grosso do Sul em seu acervo. Estas unidades prestam uma intensa homenagem aos 48 anos do estado, com o seu rico acervo que contempla as diversas áreas artísticas e históricas de personalidades que fizeram história no estado.

O MARCO tornou-se, ao longo de seus 34 anos de história, palco de importantes exposições, revelou artistas para o cenário nacional e internacional, sendo considerado centro de referência para as artes plásticas em Mato Grosso do Sul.

Inaugurada em 2002 com a lei de incentivo à cultura, a nova sede do MARCO deu novo impulso ao movimento artístico do Estado, dadas as possibilidades da organização de calendários anuais com um número maior de exposições e estreitando ainda mais o diálogo com outras regiões do país e da América do Sul. Ao longo de toda sua trajetória o MARCO produziu mais de 500 exposições de cerca de 400 artistas totalizando um público de 250.000 visitantes.

Este vasto e significativo acervo contempla uma coleção com mais de 1800 obras catalogadas e outras em via de tombamento nas mais diversas linguagens: pinturas, esculturas, objetos, fotografias, desenhos, gravuras e uma coleção especial com todo o acervo (diários, fotografias, pinturas e documentos) de Lídia Baís, uma das pioneiras das artes plásticas modernas do estado e Ignês Corrêa da Costa, aluna de Portinari com quem colaborou em obras como os murais azulejados e os painéis do auditório do Palácio Gustavo Capanema, no Rio, além da igreja da Pampulha em Belo Horizonte.

Uma das telas mais significativas que representam a criação do Estado de Mato Grosso do Sul é “O Sopro”, de Humberto Espíndola. Nesta tela, a divisão de Mato Grosso recebe conotações místicas a partir do título e da figura principal. A bandeira brasileira perde sua forma geométrica e sinuosamente transforma-se em uma espécie de deusa que irá criar os dois Estados a partir de um sopro ígneo.

A esfera azul, cor ligada ao espírito, é a cabeça que sopra com um olhar estelar, enquanto o branco da faixa transforma-se em chifres, mais uma vez referindo-se ao poder aliado, agora, à ideia de ordem e progresso. Neste sentido podemos entender o processo divisionista pelas marcas do decreto, sem lutas. Acima de tal “cabeça” um chifre traveste-se em cornucópia, atributo de felicidade e de fortuna, de onde saem quatro estrelas – referência à patente de um general do exército cercadas por uma lua.

O símbolo lunar impõe ritmo à nova vida, porque, na verdade, a lua é o fator regulador da fortuna em todas as esferas naturais. Fechando a ideia de um poder militar soberano, um quépi plana sobre as quatro estrelas. À direita do quadro, o mapa dividido pelo sopro é sobreposto em parte da esfera azul, agora ampliada e estrelada. No canto direito, embaixo, insinua-se a palavra divisão. Como pode-se perceber, alguns símbolos se repetem com a finalidade de reforçar uma determinada visão do fato histórico.

O arquivo público tem como principal função justamente a preservação e a salvaguarda da história da cultura do nosso estado por meio dos documentos. Então o arquivo ele é de certa forma uma instituição guardiã de documentação histórica. “A primeira vez que é falado sobre o Arquivo Público Estadual é já lá na fundação do Estado, na implantação do Estado, lá no primeiro diário oficial, na página 10, vocês já vão ver lá o Arquivo Público Estadual. É de 1979.

Lá o arquivo aparece no texto oficial, como uma instituição ali no Decreto 38, uma instituição que deveria já preservar, recolher, avaliar documentos que iriam ficar retidos aqui no arquivo, de certa forma. Através do Decreto 12.397, de 23 de agosto de 2007, nós temos a transição do arquivo para a Fundação de Cultura do Estado de Mato Grosso do Sul. Assim ele passa a integrar essa pasta que ele integra até hoje, que é a pasta cultural”, diz o coordenador do Arquivo Público Estadual, Douglas Alves da Silva.

O acervo DO Arquivo Público Estadual é formado por documentos acumulados formulados pela administração pública ou documentos de relevância histórica que foram doados, captados pelo acervo ao longo do tempo.

“Como destaque nós temos aí alguma documentação voltada para atos administrativos assim de relevância, mas nós podemos sempre lembrar do acervo da Companhia Matte de Larangeira, que é formado por fotografias, documentos, recordes jornais, mapas, entre outros, que retratam justamente todo esse período onde nós tivemos esse ciclo, que é o ciclo da erva mate, aqui na cidade de Mato Grosso, um ciclo que é tão relevante, que ela acaba estando presente até mesmo no nosso brasão, que ele está ali, em um dos lados do brasão nós observamos um ramo de que ela representa o ciclo de grande relevância. Nós temos também o acervo da Colônia Agrícola Nacional de Dourados, que foi um empreendimento muito importante na ocupação da região do sul do estado, criação de novos municípios e tudo mais, durante o período que a gente conhece historicamente como era Vargas”.

O MIS de MS, o Museu da Imagem do Som de Mato Grosso do Sul, completa em 2025 28 anos, um pouquinho mais novo de que Mato Grosso do Sul, mas ele foi criado na época por um decreto e idealizado pela professora Idara Duncan. E o MIS, tem o objetivo de salvaguardar a memória do audiovisual de Mato Grosso do Sul.

“Tudo que é produzido em termos de fotografias, de filmografia, de discografia, a música, o cinema, a fotografia, os equipamentos. Uma relação histórica com figuras históricas ou não, ou somente como relíquias, eles estão salvaguardados no museu. O que é essa salvaguarda? É a necessidade de ter pelo menos uma cópia de cada registro audiovisual produzido por artistas ou produzido nesse formato de audiovisual relacionados à cultura, à política, à sociedade de Mato Grosso do Sul. Tudo que é produzido em termos de suporte audiovisual, nós temos que deixar salvaguardado aqui no museu. Então o museu além da salvaguarda também é a preservação, preservar essa memória, é a conservação e a restauração caso seja necessário. De Mato Grosso do Sul está completando 48 anos, é que o museu hoje ele tem por obrigação, por natureza, guardar a memória do audiovisual do estado de Mato Grosso do Sul”, afirma o coordenador do MIS, Marcio Veiga.

Hoje o MIS tem em seu acervo uma discografia dos artistas de Mato Grosso do Sul, um acervo de discos regionais, tanto de discos quanto de DVDs e CDs, algumas exposições que são alusivas à cultura de Mato Grosso do Sul, a memória de Mato Grosso do Sul, exposições fotográficas, com uma exposição que está em atividade agora, que é o “Nos trilhos da memória”, que fala sobre a ferrovia Noreste do Brasil, que completou em 2014 100 anos, e que essa exposição ficou na nossa reserva técnica como acervo.

“Volta e meia a gente tem como objetivo reavivar essas exposições para que as pessoas tenham a oportunidade de conhecer alguns aspectos da nossa cultura. Nós temos também alguns outros documentos audiovisuais relacionados à política, à formação de Mato Grosso do Sul, alguns registros desde do movimento divisionista capitaneado pelo Vespasiano Barbosa Martins e outros grandes arautos da divisão do estado”.

A Biblioteca Pública Estadual Dr. Isaías Paim é responsável por um grandioso acervo de 44 mil publicações, dentre periódicos, livros e obras raras disponíveis para consulta e empréstimo. Entre suas metas estão a garantia do acesso à informação e a promoção e desenvolvimento social e cultural dos cidadãos.

Para isso executa, além da salvaguarda de obras de enorme importância para a nossa cultura, ações e projetos que valorizam o universo da literatura. É um espaço que valoriza a igualdade de acesso para todos, independentes da idade, raça, sexo, religião, nacionalidade, língua ou status social, como determinado pela UNESCO em seu manifesto de 1994.

A Biblioteca possui um espaço destinado exclusivamente às obras de autores sul-mato-grosseses. Em seu acervo, consta um dos primeiros livros de que se tem notícia referente ao futuro Estado de Mato Grosso do Sul, o Album Graphico do Estado de Matto Grosso (E,E, U.U. do Brazil), feito em Corumbá e impresso na cidade de Hamburgo, na Alemanha no ano de 1914, de S. Cardoso Ayala e Feliciano Simon, organizadores daquela que é a maior reportagem publicada sobre o Mato Grosso uno.  

“Ao longo da história, tivemos duas obras do professor Hildebrando Campestrini, História de Mato Grosso do Sul – Cinco séculos de História e o outro em parceria com Acyr Vaz Guimarães, que faz um faz um relato da nossa historiografia desde o período da descoberta do território até a criação do Estado de MS e mais recentemente a historiadora Marisa Bittar desenvolveu uma obra ao longo de 15 anos de pesquisa em dois volumes intitulada Mato Grosso do Sul, a construção de um estado, que passeia pelo divisionismo no sul de Mato Grosso e o poder político e as elites dirigentes sul-mato-grossenses”, afirma Italo Gomes da Silva, servidor responsável pelo Acervo MS.

“Outro livro que merece destaque é Mato Grosso do Sul – Criação e Instalação 30 anos, com um riquíssimo acervo fotográfico do Roberto Higa, nosso maior fotógrafo jornalístico, onde figuram todas as personalidades políticas e culturais e fatos importantes da criação do Estado. Outras obras relevantes são Fronteiras Guaranis do José de Melo e Silva, que foi publicado pela primeira vez em 1939, Seiscentas Léguas a Pé do Acyr Vaz Guimarães de 1988 e Santana do Paranaíba do historiador Hildebrando Campestrini de 1994. Merece destaque o romance Inocência do Visconde de Taunay, considerado por Hildebrando Campestrini como o romance-símbolo de Mato Grosso do Sul, com atualizações, notas e referenciais históricos, cuja localização geográfica se passa na cidade de Paranaíba. Outro romance importante é Camalotes e Guavirais, um livro de crônicas de Ulysses Serra, publicado em 1971. Crônicas que caminham para os extremos do lirismo, do ensaio histórico, do conto pitoresco. Obra de alta expressão literária que se tornou o livro símbolo do sul de Mato Grosso”, finaliza Italo.

Comunicação Setesc

Fonte: agenciadenoticias.ms.gov.br

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