A jornalista e colunista Roberta Nuñez fez um apelo público e direto à população para que verifique quem, entre seus amigos e contatos, está seguindo o perfil “SUENTRELINHAS” — uma página de artesanato que, segundo informações, é administrada por Suzane von Richthofen, condenada pelo assassinato dos próprios pais em 2002.
A jornalista pede que as pessoas parem de seguir e de dar visibilidade ao perfil, que se apresenta de forma neutra, vendendo produtos artesanais e ocultando a identidade de quem o administra.
“Peço encarecidamente que cada pessoa pare e reflita. Muitos não sabem, mas essa página é conduzida por Suzane von Richthofen, que tenta se esconder sob a aparência de uma simples artesã. Cada seguidor a mais é um incentivo a quem jamais deveria ter espaço para se promover”, declarou Roberta.
Reconstrução disfarçada
A página “SUENTRELINHAS” apresenta fotos de chinelos e outros itens artesanais, sempre acompanhadas de frases delicadas e mensagens de gratidão. Produtos com nomes como “Modelo Sereia, na pedraria rosa balé” ajudam a criar uma atmosfera aparentemente inofensiva.
Entretanto, por trás dessa estética leve, encontra-se uma tentativa de reconstrução da imagem pública. A condenada, que cumpre pena em regime aberto, tem utilizado o perfil comercial para comercializar seus produtos sem se identificar.
Para Roberta, esse tipo de estratégia ultrapassa os limites éticos do recomeço.
“Não se trata de impedir a reinserção de alguém na sociedade, mas de refletir sobre o que é moralmente aceitável. Transformar uma história de tragédia e sangue em vitrine digital é desrespeitoso com a memória das vítimas e com a sociedade que ainda carrega as marcas desse crime”, afirmou.
Indiferença que choca
A jornalista relembra que o comportamento de Suzane durante o julgamento foi descrito por investigadores e especialistas como “frio e desapaixonado”. Ela evitava olhar as imagens da cena do crime e chegou a questionar sobre o estado dos pais “com curiosidade banal”.
“Esses relatos não podem ser esquecidos. O mesmo distanciamento emocional de quem participou de um assassinato brutal agora se manifesta na tentativa de construir uma imagem doce e artesanal. É a banalização da tragédia travestida de criatividade”, pontuou Roberta.
Um chamado à consciência coletiva
A jornalista reforça que seguir e interagir com o perfil é uma forma de apoiar simbolicamente a reabilitação pública de alguém que não demonstra arrependimento.
“Antes de curtir, comprar ou compartilhar, pergunte-se quem está por trás. Seguir também é dar palco, dar lucro e dar voz. Essa não é uma campanha de ódio, é um alerta de consciência. Por justiça, por respeito e por memória”, afirmou.
Roberta conclui a matéria pedindo que o público reavalie o tipo de engajamento que promove nas redes sociais:
“Não podemos permitir que a violência se disfarce de arte nem que a dor seja transformada em mercadoria. O esquecimento não pode virar vitrine.”
Nota de Repúdio
A jornalista Roberta Nuñez reafirma seu repúdio a qualquer tentativa de autopromoção, exploração comercial ou uso de plataformas digitais por indivíduos condenados por crimes graves. O apelo visa conscientizar a sociedade sobre o poder de influência digital e os riscos de normalizar figuras que representam episódios traumáticos da história recente do país.




