sexta-feira, agosto 15, 2025
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'Gaia': nova sinfonia de Paulo Rego une música e meio ambiente

Inspirado tanto na mitologia grega quanto na Hipótese de Gaia, do pesquisador e ambientalista James Lovelock, o novo trabalho de Paulo Rego combina orquestra, discurso ambiental e um formato fonográfico disruptivo.

Gravada com 50 músicos na capital húngara, a obra chega ao público por meio do NP, um formato físico que não reproduz faixas, mas oferece, via QR Code, acesso a conteúdos digitais e materiais exclusivos, aproximando o ouvinte de uma experiência artística mais completa.

Na mitologia grega, Gaia é a personificação da Terra e da natureza como componentes primordiais da criação, inclusive criadora de outros deuses.

Dentro das propostas filosóficas mais recentes, o escritor James Lovelock concebeu a Hipótese de Gaia, que considera a Terra como um sistema único que se autorregula, onde os seres vivos influenciam as condições climáticas e biogeoquímicas do planeta.

O projeto nasceu durante um Réveillon na Mata Atlântica(cidade de Bananal, interior de SP), em 2022, e ganhou vida após dois anos de maturação. Foram 50 instrumentos para que toda a sonoridade imaginada pelo compositor ganhasse o peso desejado. A montagem musical faz um retrato sonoro poderoso sobre a crise ambiental do planeta, mas não se apega somente ao tom apocalíptico, sendo fonte também de uma mensagem final esperançosa, simbolizada também pela estética visual do projeto (capa em preto e branco e encarte colorido).

“O que este modelo de utilidade propõe é simples: trazer de volta todas as informações negligenciadas pelo atual formato de distribuição dominante; remunerar toda a cadeia produtiva, veiculando todos os créditos dos profissionais envolvidos na produção; permitir ao artista um ganho que ao menos remunere seu investimento; complementar o áudio com as informações adicionais que o artista julgue ser fundamental para a total compreensão e fruição de sua obra, isso tudo sem que haja prejuízo algum ao modelo atual de distribuição fonográfica” , conta Paulo.

O encarte do vinil, formato escolhido para o lançamento, trará tudo aquilo que os entusiastas de de álbuns gostam; uma arte impressa em proporções maiores, crédito de músicos, informações detalhadas sobre a obra.

A bolacha virá com um QR Code que encaminhará o ouvinte para as plataformas digitais, possibilitando que mesmo sem uma vitrola, possa-se ouvir o álbum ao mesmo tempo que aprecia o design do disco físico.

Além disso, haverá personalização com assinaturas numeradas e potencial para o encarte ser uma peça artística destacável. “O projeto ficou parado por cerca de dois anos, tivemos o período pandêmico e outras questões, mas conseguimos reunir de forma remota aquela equipe enorme de músicos e reduzimos os custos drasticamente. Foi uma experiência, de certa forma, enriquecedora”, conta Paulo

Um Disco que Não Toca, mas Conecta

O NP não foi idealizado para tocar como um vinil comum. Como produtor antenado nas mudanças do mercado musical, ele sabe que muitas pessoas gostam do formato, mas não conseguem manter o gosto por conta dos altos preços. Com a nova proposta, o preço é muito mais acessível e, embora não reproduza as faixas no próprio disco, evoca a experiência de ouvir música com o encarte na mão.

O QR Code direciona não só para a música em plataformas digitais, mas também para vídeos exclusivos da orquestra e playlists alternativas. O encarte engloba alto valor artístico, com textos sobre meio ambiente, créditos detalhados e informações sobre instituições que defendem a conservação ambiental do planeta.

Esse formato é pensado para venda em livrarias e não em lojas de discos, considerando as faixas de preços praticados atualmente para discos de vinil.

“O NP é uma resposta criativa à precarização do streaming, oferecendo um modelo mais justo de remuneração para artistas e músicos. Pretendo oferecer um ‘produto completo’ que volta a gerar a fundamental necessidade de redatores, fotógrafos, artistas plásticos, músicos, engenheiros de som, estúdios, gráficas… e que afinal, além de remunerar a todos dignamente, ofereça ao público tudo o que foi negligenciado com o fim do LP e o reinado absoluto das plataformas de áudio que, como todos sabem, ganham muito e pagam pouco” , explica Paulo.

“Gaia” nasce como algo inovador que não supera apenas o conceito atual do que é um álbum, mas resgata e rejuvenesce a música como plataforma para discursos engajados. “ Esse projeto é um manifesto artístico e ecológico, um convite à reflexão e uma aposta ousada no futuro da música. Eu acredito no apelo que esse passo pode ter no ouvinte, nos artistas e consequentemente no mercado. Sem contar o carinho e qualidade que estamos imprimindo nessa ideia” , reflete o músico.

Fonte: gente.ig.com.br

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