sábado, agosto 9, 2025
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Filha de Arlindo Cruz revela últimos momentos antes do AVC

Nesta sexta-feira (8), o Brasil se despediu de Arlindo Cruz, um dos maiores nomes da música popular brasileira, especialmente do samba. O multi-instrumentista, compositor e intérprete faleceu aos 66 anos, após anos de luta desde que sofreu um grave A cidente Vascular Cerebral (AVC) em 2017.

A notícia da morte foi confirmada pela família nas redes sociais, que agradeceu as manifestações de carinho recebidas ao longo desse período.

“Arlindo parte deixando um legado imenso para a cultura brasileira e um exemplo de força, humildade e paixão pela arte. Que sua música continue ecoando e inspirando as próximas gerações, como sempre foi seu desejo”, declarou a nota oficial.

Ele deixa a esposa Bárbara, além dos filhos Arlindinho, Flora e Kauan Felipe. Durante sua participação no reality show “A Fazenda” (Record), Flora Cruz, filha do cantor, abriu o coração ao contar detalhes dos momentos que antecederam o AVC que mudou a vida da família. Na época, Flora tinha apenas 14 anos e estava na escola quando o episódio aconteceu.

Segundo ela, tudo aconteceu de forma inesperada.

“Ele estava tomando banho, tomou café da manhã com a gente. Foi tudo do nada” , relembrou.

Foi a mãe dela quem percebeu algo estranho ao ouvir um barulho incomum durante o banho de Arlindo. Apesar das brincadeiras habituais do cantor, o som da água chamou atenção.

Ao chegar para ajudar, a família percebeu que Arlindo já apresentava dificuldades motoras. Flora contou que o pai agarrou o braço da mãe de forma tão firme que foi necessário que os bombeiros deslocassem seu ombro para libertá-la.

“Ele não soltava minha mãe, travou nela” , disse a filha, emocionada.

“Dizem que AVC é a força da morte, dói muito. Enrijece, por isso fica duro. Ele laçou minha mãe e teve o AVC”, explicou Flora, recordando que esse foi o último dia em que ouviu a voz do pai.

“Ele dizia: ‘Filha, se alguma coisa acontecer, pai te ama’.”

Ela também ressaltou o quanto Arlindo sempre cuidou da saúde com rigor.

“Era o cara mais organizado com remédio, médico, exame. Se alimentava bem, comia muita salada, proteína e bebia água”, contou.

Trajetória de um mestre do samba

Arlindo nasceu em Madureira, Rio de Janeiro, onde cresceu rodeado pela cultura do samba. Ganhou seu primeiro cavaquinho aos sete anos e, ainda jovem, já tocava ao lado de grandes nomes como Candeia.

Após uma passagem pela Escola Preparatória de Cadetes do Ar (sem abandonar a música), dedicou-se intensamente ao samba nas rodas do Cacique de Ramos, junto a Jorge Aragão, Beth Carvalho, Zeca Pagodinho e outros ícones. Foi integrante do grupo Fundo de Quintal, renovando o samba com uma sonoridade moderna, mas fiel às suas raízes.

Ao longo da carreira, suas composições marcaram gerações, sendo interpretadas por artistas como Alcione, Beth Carvalho e Zeca Pagodinho. Em 1993, iniciou carreira solo, consolidando-se como um dos maiores nomes do samba.

Autor de mais de 700 músicas, Arlindo traduziu em suas letras temas como amor, fé e a luta diária do povo brasileiro. Entre seus sucessos estão “O Show Tem que Continuar”, “Meu Lugar” e “Bagaço de Laranja”. Presença constante no carnaval carioca, foi homenageado em 2023 pela escola de samba Império Serrano, da qual era um grande parceiro.

Além da música, Arlindo era torcedor apaixonado do Flamengo, devoto do candomblé e um defensor incansável da cultura popular e da luta contra a intolerância religiosa.

Fonte: gente.ig.com.br

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