A atriz Fernanda Rodrigues anunciou nas redes sociais que teve o retorno de um carcinoma basocelular , tipo mais comum de câncer de pele. Segundo a artista, uma pequena mancha em sua pele chamou sua atenção, e o acompanhamento médico confirmou a necessidade de uma nova cirurgia.
“Vou ter que fazer cirurgia de novo, vai ficar uma cicatriz e vida que segue”, declarou.
O carcinoma basocelular representa cerca de 80% de todos os casos de câncer de pele, de acordo com o Inca (Instituto Nacional do Câncer). Apesar da frequência, especialistas ressaltam que a doença apresenta alta taxa de cura, especialmente quando identificada precocemente.
“Esse tipo de câncer ocorre devido à multiplicação desordenada das células da pele, levando à formação de tumores malignos” , explica o oncologista Ramon Andrade de Mello, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia.
Segundo dermatologistas, esses tumores se desenvolvem principalmente em áreas do corpo expostas ao sol , como o rosto, e raramente se tornam agressivos ou metastáticos.
“Embora sejam muito mais comuns que os melanomas, os carcinomas basocelulares são menos agressivos e têm excelente prognóstico”, afirma Jade Cury, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional São Paulo.
O principal fator de risco é ambiental, e não genético, tornando a fotoproteção fundamental para prevenção.
“Recomenda-se o uso diário de protetor solar com FPS mínimo de 30, reaplicado a cada duas horas em ambientes abertos e a cada quatro horas em ambientes fechados. Evitar a exposição direta ao sol entre 10h e 16h é essencial”, orienta Claudia Marçal, membro da SBD.
O câncer de pele costuma ser silencioso, mas sinais como pintas desproporcionais, lesões que crescem ou feridas que não cicatrizam podem indicar a doença. O autoexame regular da pele é uma ferramenta importante para a detecção precoce, especialmente em pessoas de pele clara, com histórico familiar ou pessoal de câncer de pele, ou que tenham sofrido queimaduras solares na infância e adolescência.
“O diagnóstico precoce eleva a chance de cura para mais de 90%”, alerta Jade Cury.
Ao notar qualquer alteração suspeita, a consulta médica imediata é essencial. A dermatoscopia ajuda a identificar lesões suspeitas, mas somente a biópsia confirma o diagnóstico.
“O acompanhamento dermatológico anual é fundamental para monitorar a saúde da pele e prevenir complicações” , reforça Ramon Andrade de Mello.
O tratamento varia de acordo com o caso, mas a cirurgia é a abordagem mais comum. Em situações específicas, podem ser indicadas quimioterapia, imunoterapia ou terapias-alvo, que atuam diretamente nas células tumorais para impedir o crescimento do câncer.
“Cada caso exige avaliação individualizada, sempre com orientação médica especializada”, conclui o oncologista.