Três artistas formam o Grúpo JR Circus, que trouxe para o Campão Cultural um espetáculo circense um pouco diferente do circo tradicional, e abordou com muita sensibilidade e poesia temas como ancestralidade e os novos voos que o homem e a mulher contemporânea buscam. A intervenção circo-poética Apoeme-se é uma produção da Cia Apoema, do grupo JR Circus e trouxe as linguagens do circo, do teatro e da dança para a UEMS na manhã desta quinta-feira (03), durante o Campão Cultural.
Natália Maluf, da JR Circus, explica que no espetáculo os integrantes levantam bandeiras mas não é uma militância sem vivência na pele. “É um espetáculo que está inscrito na fala de duas mulheres e de um homem negro, então traz uma coisa que vem da nossa ancestralidade, mas também do homem, da mulher contemporânea que vai buscar novos voos, ele retrata muito isso. O espetáculo é uma mescla de poesia, e circo, a gente tenta trazer um pouco dessa teatralidade cada vez mais porque a Cia Apoema é um grupo de teatro e circo, então o circo é o nosso carro-chefe, mas a gente tenta não fazer com que seja um espetáculo só de virtuose, tem essa teatralidade ali presente. Ele não é um espetáculo circense que a gente está acostumado a ver debaixo de uma lona, porque o circo que está nessa memória comum, nesse pensamento comum, a gente lembra dessa coisa que é grande, que é vistosa, que é cheia de cores, traz muito a imagem do palhaço, e o nosso espetáculo, a gente mostra que a gente pode fazer circo, mas trazendo dramaticidade, não necessariamente precisa ser a coisa cômica sempre, trabalha as múltiplas dramaturgias a partir da poética circense”.
A Cia Apoema nasceu em 2019 lá na cidade de Londrina, Paraná, foi fruto de uma formação das escolas de circo de Londrina. “Éramos em três integrantes, ali a gente já começou a partir deste processo colaborativo, sempre misturando as duas linguagens, do teatro e do circo, a gente começa a companhia com um espetáculo autoral, a gente começa a oferecer cursos, oficinas e depois, em 2022, a Companhia renasce na cidade de Campo Grande, com novos integrantes”.
A apresentação desta quinta-feira foi especial para Natália, pois a artista é egressa da Universidade. “Eu me formei recentemente em Teatro, vi vários rostos conhecidos, de professores, alguns colegas, é muito gratificante estar aqui, um festival que é interessante por essa questão de descentralizar, não fica só restrito ao centro, o Circuito Comunidades é muito interessante por isso, aqui foi muito bonito, um público muito carinhoso, acho que é muito importante trazer teatro, porque aqui tem um curso de teatro e circo, e um curso de dança, o nosso espetáculo também conversa com essas linguagens, então eu sinto que a universidade precisa cada vez mais abrir portas, porque senão a gente fica muito nessa coisa academicista e não consegue ampliar repertório”.
José Roberto Brasil Pimenta dos Santos, da Cia Apoema, explica que o espetáculo e um conjunto de três artistas que apresentaram números que surgiram na pandemia´. “Em 2022 a gente acabou criando este espetáculo. Ele fala de várias coisas, da força da mulher, do pessoal da periferia, cada número tem a ver com um personagem dentro de cena”.
Na plateia, Laura Garcia, acadêmica de Psicologia, ficou encantada com o espetáculo. “Achei o máximo, bem diferente, gostei dessa expressão artística, achei bem legal. Eu achei que o Campão traz muita diversidade, que é o que a gente está precisando e o diferencial de vir nas universidades também”.
Ana Andrade, acadêmica de Turismo, achou muito bonito o espetáculo. “Muito lindo, principalmente da menina que dança com o fogo. Eu achei muito legal o Campão trazer espetáculos para a universidade porque assim as pessoas ficam conhecendo um pouco mais da cultura”.
Texto: Karina Lima
Fotos: Ricardo Gomes
