segunda-feira, setembro 8, 2025
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Dramática, obra de Angela RoRo ainda deve ser explorada no teatro

A saída de cena de Angela Ro Ro  (1949-2025) nesta segunda-feira evidencia a magnitude de sua obra fonográfica não apenas para a música popular, onde despontou em 1979 com excepcional disco de estreia, ainda hoje insuperável em sua discografia, mas também para outras áreas da cultura das artes do Brasil, como o teatro, por exemplo.

É surpreendente que nem sua vida e nem sua obra tenham sido devidamente exploradas em cena, uma vez que uma sempre foi reflexo direto da outra.

Com uma vivência conturbada, a cantora passou os anos de 1970 e 1980 levando a ferro e fogo a máxima do sexo, drogas e rock and roll, fosse em Londres, onde se reuniu a Caetano Veloso para tocar gaita no icônico álbum Transa (1972), fosse na zona sul do Rio de Janeiro, onde estabeleceu contato e parcerias com nomes como Cazuza (1958-1990), Frejat, Ezequiel Neves (1935-2010), entre outros.

Destas parcerias e vivências todas saíram obras do quilate de Gota de Sangue, Mares da Espanha e a espetacular Balada da Arrasada , todas integrantes daquele fundamental primeiro álbum de estúdio. A estas se somam ainda Amor, Meu Grande Amor e A Mim e a Mais Ninguém , divididas com parceiros como Ana Terra e Sérgio Bandeyra.

Passional, RoRo transformou suas dores de amor em letras que transbordam a paixão daquela que tudo “sentiu, disse e fez”. Assim é em Tola Foi Você e Não há Cabeça , ainda de 1979.

É, portanto, pouco provável que, com sua saída de cena, sua obra siga tão pouco explorada como material base para musicais ou peças de teatro. É difícil não se deixar seduzir, por exemplo, pela história base que inspirou Caetano Veloso a compor Escândalo (1981) especialmente para a amiga. Ou ainda evitar mergulhar nas agruras do alcoolismo enfrentado pela artista e que rendeu bem humorada tirada de autodeboche em Meu Mal é a Birita (1980).

Se sua obra autoral foi gradativamente perdendo o brilho na década de 1990 e início dos anos 2000, sua vida ganhou um novo rumo com uma retomada de sua saúde e sua luta constante contra o alcoolismo.

Ao menos uma grande canção saiu deste período, Compasso , lançada no álbum homônimo de 2006 e que já mereceu regravação também revigorante de Vanusa (ano) em álbum de 2016. Se sua obra da década de 1980 foi o retrato do processo de anarquia e autodestruição, nos anos 2000 a tônica foi de superação dos males.

Angela RoRo representou a essência da jornada de uma heroína passional que sabia ser capaz de fazer mal apenas a si própria e a mais ninguém, mas, acima de tudo, enfrentou a vida de coração aberto com a plena noção de que era apenas isso o que lhe restava: viver.

Fonte: gente.ig.com.br

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