Coletivo reuniu rimas sobre violência, preconceito, fé e transformação social
No início da noite de domingo (6), a Praça do Rádio, em Campo Grande, foi tomada pela batida forte do Hip Hop e pela força das palavras do coletivo Ecos da Periferia. A apresentação integrou a programação do Campão Cultural e trouxe à cena a realidade das periferias campo-grandenses, com rimas sobre violência, preconceito, criminalidade e também sobre fé e redenção.
Formado por DJ TGB, o rapper Versos67, Cachorrão MC e Relatos MCs, o grupo fez um show visceral, repleto de reflexões sociais e autenticidade. “O Ecos da Periferia é um grupo formado no intuito de propagar a real essência da rua, do rap. A gente expõe as dificuldades que o povo da periferia passa em cada uma das regiões da cidade, e através das nossas letras buscamos mostrar caminhos e soluções para quem nos ouve”, afirmou DJ TGB, líder do coletivo.
Durante a apresentação, os artistas misturaram batidas pesadas com versos afiados, resgatando o poder transformador do rap e exaltando a vivência das comunidades marginalizadas. A resposta do público foi positiva. Vinícius Barbosa Dias, estudante de Publicidade e Propaganda, destacou a representatividade da apresentação. Para ele, o grupo trouxe uma visão necessária sobre Campo Grande que vai além do estereótipo rural. “Eles são porta-vozes da periferia, mostram que a cidade tem cultura urbana pulsante e precisa de mais apoio e estrutura. Eventos como esse são essenciais”, comentou.
Versos67 falou sobre a importância de estar no Campão Cultural e ocupar espaços com a arte periférica: “A gente vem batalhando bastante por espaço na cultura de rua aqui em Campo Grande. Estar aqui hoje é muito importante para mostrar que a periferia tem mensagem, tem talento. O rap é nossa voz e estamos felizes de poder compartilhá-la com tanta gente”.
Entre batidas e rimas, o Ecos da Periferia ofereceu ao público um retrato cru e poético da vida nas bordas da cidade, onde a arte sobrevive e floresce como ferramenta de resistência, denúncia e esperança.
texto: Evelise Couto
fotos: Altair dos Santos