sábado, agosto 16, 2025
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Criança cega e dinheiro? Os 50 anos do mistério da foto de Elvis

Uma foto que mostra  Elvis Presley ao lado de uma garotinha em um palco na Virgínia, nos Estados Unidos, é cercada de mistérios e especulações há 50 anos. A menina seria cega e o cantor teria doado um cheque de US$ 50 mil, o que equivaleria a R$ 278 mil na cotação atual.

Fora a quantia financeira, o Rei do Rock and Roll também teria presenteado a criança com ingressos gratuitos para seus shows e um colar.

Teria. 

Afinal, se ainda duvidam que Elvis de fato morreu, duvidar de uma suposta conversa e de um presente dele para uma fã não seria nada fora do comum.

Garotinha talvez não era cega e nem recebeu presentes de Elvis

A foto existe e foi tirada em 1975. 

Mas, o que de fato aconteceu além da imagem repercute entre fãs do artista ainda hoje, 48 anos depois da morte do astro, em Memphis, no estado do Tennessee.

Ninguém consegue afirmar que houve um diálogo entre os dois. Muito menos as ofertas dos presentes.

Embora a história tenha conquistado um grande alcance, perdurando no decorrer das últimas cinco décadas, há questionamentos sobre a veracidade do caso.

Duas informações – justamente as que mais geram comoção entre as pessoas – podem não verdadeiras: o suposto valor doado e se de fato a garotinha realmente era cega.

A Reuters publicou um artigo, em maio de 2021, em que afirmou serem falsas as especulações sobre  Elvis Presley ter se encontrado com uma menina cega e tê-la auxiliado financeiramente.

O veículo afirma ter entrado em contato com a Graceland, responsável pelos negócios do cantor (e também o nome da mansão do astro), administrada pela Elvis Presley Enterprises, Inc. 

Segundo a agência de notícias, a empresa declarou desconhecer tal fato.

“Não há evidências de que Elvis Presley tenha dado um cheque de US$ 50.000 a uma jovem fã após conhecê-la no palco em 1975 – nem de que ele lhe tenha dado ingressos, viagens e acomodações gratuitos. Graceland afirma também não ter conhecimento de tal evento”, diz trecho da publicação.

Fãs dão crédito para a história 

Vários portais, redes sociais e canais de vídeos publicaram a foto ao longo dos anos, inclusive em 2025, cinco décadas depois.

Os relatos, em sua maioria, são que Elvis percebeu a aproximação da menininha, foi até ela e se ajoelhou. As fotos mostram tudo isso.

No entanto, quando ele se aproxima da garotinha, a abraça e fica por mais alguns instantes ao lado dela, ninguém conseguiu ouvir o que ele possa ter dito porque o microfone estava distante.

Os relatos na internet perpetuam uma história semelhante e até arriscam como teria sido a ”conversa” entre o astro e a pequena fã. 

Veja abaixo alguns deles:

”Entre as músicas, Elvis estava brincando e distribuindo cachecóis quando notou uma garotinha parada na extrema esquerda do palco. Ele caminhou até ela e se ajoelhou diante dela. Percebendo que ela era cega, Elvis segurou suas mãos e falou com ela por alguns minutos. A plateia não conseguia ouvir, pois ele mantinha o microfone longe da boca. Ele então beijou seu cachecol e tocou os dois olhos dela com ele. Quando terminou, pegou o cachecol e o segurou contra o rosto da criança. A garotinha ficou ali, com total confiança no que Elvis estava fazendo. A menina era cega de nascença. Elvis conversou com a mãe da menina após o show e pagou pela cirurgia para restaurar sua visão. Hoje ela é artista gráfica”.

”1975. Elvis descobre que ali havia uma menina cega e a leva ao palco. -Você gosta das minhas músicas, amor? – Sim, senhor. Eu os ouço todas as noites antes de ir para a cama. Quando o show terminou, Presley pagou pela cirurgia de restauração da visão da menina”.

”Esta foto foi tirada em um show de Elvis Presley em 1975. Durante a apresentação, Elvis descobriu que uma garota cega na plateia era fã devota de sua música. Querendo tornar a noite dela inesquecível, ele pediu ao seu empresário que a trouxesse ao palco. Quando ela chegou, Elvis se ajoelhou diante dela e perguntou gentilmente: “Ouvi dizer que você gosta muito das minhas músicas, querida?”.
“Sim, senhor”, ela respondeu. “Eu as ouço todas as noites antes de dormir.”
Profundamente comovido, Elvis mais tarde assumiu a responsabilidade de arcar com os custos de uma operação para restaurar a visão dela”.

O  iG Gente entrou em contato com a Graceland para mais detalhes sobre o caso, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem

Elvis fez ações beneficentes ao longo da vida

Os fãs entrevistados pelo iG também desconhecem a história, porém, reiteram a proximidade que o artista tinha com o público e os momentos em que realizou ações de cunho social. 

Doações para o Hospital Infantil St. Jude, em Memphis, assim como arrecadações para a Humes High School já foram confirmadas. 

Elvis fez apresentações beneficentes, como o show de 1973, no Havai, transmitido para milhares de países. A renda de US$ 75 mil (cerca de R$ 405 mil se fosse hoje) foi revertida para uma associação de pesquisas para combate ao câncer. 

O cantor também participou de uma campanha de incentivo da vacina contra poliomielite.

Por isso, há quem acredite no suposto auxílio prestado por ele para a menininha fotografada por ele no palco. 

Devanir Macedo Fernandes, músico profissional e admirador de Presley, ressalta a generosidade do astro e não descarta a possibilidade de que isso teria, de fato, acontecido.

“Não temos como afirmar, mas, provavelmente, ele ajudou. Ele ajudava muitas pessoas. Elvis era um caro muito generoso”, reforça.

Legado histórico

A importância que  Elvis teve para a indústria fonográfica internacional pode ser definida como atemporal.

Além dos saudosos fãs que o acompanharam em vida, o cantor conseguiu atravessar gerações ao ser admirado, inclusive, por aqueles que o conheceram após seu falecimento. 

“Quando comecei a ouvir Elvis, eu já tomei conhecimento de sua morte. Ele abriu as portas para tudo o que conhecemos como música popular moderna. Misturou gêneros, quebrou barreiras e mostrou que performance é tão importante quanto a voz, mostrou que música é sentir, não só cantar. E claro, criou um estilo visual e sonoro que continua influenciando artistas até hoje”, pontua Devanir.

Em todos os dias 16 de agosto, data das lembranças da partida de Presley, ele costuma fazer apresentações. Segundo o fã, é uma oportunidade de continuar mantendo o legado do ídolo na era contemporânea.

“A morte dele o imortalizou. Ele se tornou um símbolo eterno, intocado pelo tempo, e sua música ganhou ainda mais força, porque passou a carregar um misto de nostalgia e reverência. A música dele ganhou ainda mais peso e respeito e o mundo passou reconhecê-lo como o Rei que sempre foi”, completa.

Telinhas

Morador de Belo Horizonte, em Minas Gerais, o militar da reserva Paulo Bonfim teve o primeiro contato com  Elvis a partir do longa-metragem “Love me Tender”, lançado em 1956, o primeiro dos mais de 30 filmes estrelados pelo cantor.

“Me lembro que eu tinha apenas 5 anos de idade, quando meus pais ligaram a TV e começou a exibir um de seus filmes: ‘Love me Tender’. Esse dia foi inesquecível, aquela fisionomia do então jovem Elvis, com a música da trilha sonora de seu primeiro filme. Jamais saiu de minha mente”, recorda, em entrevista ao  iG Gente.

Emocionado, resgata as sensações que teve ao descobrir do falecimento do artista.

“Me lembro exatamente daquele dia 16 de agosto de 1977, eu tinha apenas 7 ano, quando por voltas das 20 horas, assistindo ao ‘Jornal Nacional’, foi anunciado a trágica notícia de sua morte”, afirma ele, que já visitou Graceland.

“Eu não entendia o motivo da minha tristeza, parecia que eu havia perdido alguém próximo, alguém da família. Só fui compreender isso muitos anos após. Assim, entendi que nasci para ser fã de Elvis Presley para toda vida”, recapitula.  

Confira um trecho do filme “Love me Tender”:

Influência longeva

As contribuições de Elvis Presley serviram como inspiração para vários artistas e diversos formatos. Inúmeros filmes, músicas, peças e musicais foram criados com a missão de manter viva a importância do célebre musicista.

Beto Sargentelli  interpreta o cantor e compositor no espetáculo biográfico “O Rei do Rock: O Musical”. Em entrevista ao iG, o ator detalha os bastidores da criação da montagem, que resgata alguns dos maiores hits da carreira dele.

“A ideia do espetáculo nasceu dessa conexão pessoal, mas cresceu para algo muito maior. Eu queria contar a história de Elvis de forma verdadeira, com a alma e essência dele, sem caricaturas, mostrando o artista que mudou o mundo e o ser humano que viveu suas alegrias e dores. Reuni uma equipe apaixonada, mergulhei em pesquisa e busquei construir um espetáculo que mistura emoção, energia e respeito absoluto à sua memória”, analisa.

Beto Sargentelli comenta ainda como Elvis entrou em sua vida. A lembrança é carregada de afetividade. Isso porque o pai do intérprete era fã declarado do artista. 

“Meu pai sempre foi um grande fã e fez, na juventude, alguns shows como cover de Elvis. As músicas na voz de Elvis embalaram muitos momentos da minha infância e essas canções viraram uma ponte afetiva entre nós — uma trilha sonora que nos acompanhou a vida inteira. Com a morte de meu pai, me reconectei com Elvis para matar a saudade de meu pai… e do luto floresceu a idéia e homenagem a ambos”, finaliza.

Fonte: gente.ig.com.br

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