quarta-feira, abril 2, 2025
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Circuito Comunidades durante o Campão Cultural leva atrações culturais para as Moreninhas

O Circuito Comunidades, durante o Campão Cultural, tem o objetivo de visa democratizar o acesso às atrações culturais, com espetáculos e shows realizados em diferentes locais em comunidades distantes do centro da cidade. Neste domingo (30) as apresentações aconteceram no Complexo Poliesportivo do Parque Jacques da Luz, nas Moreninhas.

A primeira apresentação foi com o grupo de hip hop Suburbanas. O Suburbana é o primeiro coletivo pantaneiro de hip hop feminino de Mato Grosso do Sul que contempla todos os elementos da cultura hip hop. Jéss, produtora e poeta do Suburbanas, disse que o grupo leva além dos elementos que é o breaking, o graffite, o MC, o DJ, também leva muito conhecimento, que é o quinto elemento desta cultura. “E leva também uma mensagem de protesto, de empoderamento, para que outras minas se vejam na gente assim como a gente se vê em várias outras mulheres. É um ato de resistência, mesmo, tudo que envolve mulheres, corpos cis, corpos trans, a gente está lutando para permanecer dentro dessa cultura”.

Circuito Comunidades durante o Campão Cultural leva atrações culturais para as Moreninhas

“Hoje, no Campão, vai ser um show com todos os elementos da cultura hip hop, com muita dança, muito breaking, muita música, poesia, com graffiti, com todos os elementos pra galera da zona sul ver e se aproximar do hip hop que veio da periferia, a gente quer trazer isso ainda mais forte para a periferia, reacender esta chama, a gente quer trazer muita força, muito pertencimento e muito hip hop”, explica Jéss.

Logo depois foi a vez do Circo Le Chapeau apresentar o espetáculo O Incrível Atirador de Facas, com Júnior de Oliveira. O espetáculo surgiu o ano passado, é um solo que traz um pouco da história dos ambulantes, dos vendedores de rua, dos artistas que estão querendo mudar de ramo para ir para este lado comercial e ganhar um pouco de dinheiro mas não conseguem, porque é muito difícil deixar de ser artista. “O espetáculo brinca um pouquinho com isso e também brinca com um pouco do risco, do riso, porque no espetáculo realmente é apresentado um número do atirador de facas, só que de uma maneira bem mais divertida que tira um pouco do medo que o público tem em relação a este material que é um pouco distante até da nossa cultura circense aqui de Mato Grosso do Sul”.

Para Júnior, é muito legal estar no Campão. “É a primeira vez que eu me apresento nas Moreninhas, já é o terceiro Campão que eu participo, é muito legal. A gente vê que o espaço é bem movimentado pela comunidade, vai ser um sucesso. É uma alegria ser um artista circense, a gente sabe que ainda temos que alcançar mais espaço, temos que estar mais presentes nos festivais, nas ações culturais, é uma felicidade ser artista circense em Mato Grosso do Sul mas também é uma luta, uma batalha coletiva que a gente vai caminhando junto com os demais artistas circenses do estado para cada vez mais conseguir espalhar circo pelo estado, pelas cidades e pelos eventos que acontecem por aqui”.

Depois foi a vez da apresentação da peça teatral “Era uma vez em la fronteira selvagem” com o grupo Orendive, de Dourados. A peça é baseada num livro do escritor Douglas Diegues sobre histórias de animais na fronteira do Brasil com o Paraguai. Guilherme Godoy, ator e produtor do Grupo Orendive, explica que o espetáculo traz a temática da interculturalidade entre Brasil e Paraguai e a aldeia indígena que fica próxima a Dourados. “São cinco histórias sobre animais que acontecem na fronteira selvagem, o portunhol selvagem, que é a mistura da língua portuguesa com o espanhol para a comunicação se fazer entendível pelos dois lados”.

Guilherme disse que esta temática foi escolhida para desenvolver a peça porque o grupo   reconheceu lá na cidade de Dourados um grande número de estudantes, crianças, indígenas que vão para a escola dentro de Dourados e não têm muito acesso à linguagem. “Isso acaba atrapalhando o desenvolvimento das crianças, o português vira uma barreira para elas. Então essa peça vem para mostrar essa mistura de línguas, o quanto é importante a gente entender essa interculturalidade, se apropriar dela e fazer ela funcionar para a comunicação ideal, para a gente conseguir falar de igual para igual com todo mundo sem ter essa distinção que acontece muito, infelizmente, nas escolas de Dourados. O Festival, está acontecendo bastante coisa, é um festival que realmente está ocupando a cidade culturalmente, é bem legal a gente estar fazendo parte nas Moreninhas, que é um bairro bem afastado do centro, é bem importante pra gente esta descentralização”.

E para encerrar as apresentações nas Moreninhas, apresentou-se o cantor Matheus Kruz, com seus grandes sucessos como “Rebola Assim”, “Empinando”, “Mete o Love” e “Sexo Frágil”.

No meio do público, o ator Rafael Batista de Oliveira, veio prestigiar a peça circense O incrível atirador de facas. “Eu já conhecia o Júnior mas ainda não tinha visto este espetáculo, sou fã dele e do grupo, é a primeira vez vendo o espetáculo. Eu moro no centro da cidade mas vim prestigiar aqui nas Moreninhas. O Campão com esta pegada agora de levar para os bairros é uma acessibilidade muito maior para a cultura”.

A apresentação do Grupo Suburbanas também foi muito prestigiada. Marcelino Pereira da Silva, que trabalha numa rede de supermercados e é ex-morador das Moreninhas, veio acompanhar a filha, que faz parte do grupo. “O grupo é muito bom, adorei, gravei tudo!”. Alan Souza, DJ, veio da zona leste para prestigiar o Campão Cultural, a apresentação das Suburbanas. “Achei realmente original, verdadeiro e essencial para a população”.

Texto: Karina Lima

Fotos: Altair Santos

Fonte: www.fundacaodecultura.ms.gov.br

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