Lançada em 1991 no redefinidor álbum Marina Lima, a canção Grávida , parceria de Marina com Arnaldo Antunes, foi o mote disparador do monólogo homônimo que a atriz e cantora Soraya Ravenle pretende estrear em 2026.
Sob a direção de Julia Bernat, que também assina a dramaturgia composta por textos inéditos de artistas convidados, Grávida, a peça, busca refletir sobre o papel de uma artista, cantora e atriz, que, com mais de 60 anos de idade, busca compreender sua vida no Rio de Janeiro, no Brasil e no mundo contemporâneo e as formas de viver de seu ofício.
A princípio, a ideia é que o espetáculo cumpra temporadas no Rio de Janeiro e em São Paulo, onde Ravenle esteve em 2023 como componente do elenco da última temporada paulistana do sucesso Tom na Fazenda.
Veja abaixo a letra de Grávida , gatilho determinante para o novo trabalho da atriz.
Grávida
(Marina Lima/ Arnaldo Antunes, 1991)
Eu tô grávida
Grávida de um beija-flor
Grávida de terra
De um liquidificador
E vou parir
Um terremoto
Uma bomba, uma cor
Uma locomotiva a vapor
Um corredor
É que eu tô, tô grávida
Esperando um avião
Cada vez mais grávida
Estou grávida de chão
E vou parir
Sobre a cidade
Quando a noite contrair
E quando o sol dilatar
Dar à luz
É que eu tô, tô grávida
De uma nota musical
De um automóvel
De uma árvore de Natal
E vou parir
Uma montanha
Um cordão umbilical
Um anticoncepcional
Um cartão postal
É que eu tô, tô grávida
Esperando um furacão
Um fio de cabelo
Uma bolha de sabão
E vou parir
Sobre a cidade
Quando a noite contrair
E quando o sol dilatar
Vou dar à luz