sábado, fevereiro 22, 2025
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Brasileiros vítimas de tráfico humano em Mianmar retornam ao país

Luckas Viana dos Santos e Phelipe Ferreira eram obrigados a aplicar golpes em pessoas de todo o mundo.Reprodução

Os brasileiros vítimas de tráfico humano em Mianmar chegaram ao Brasil nesta quarta-feira (19). Luckas Viana dos Santos e Phelipe Ferreira permaneceram sob domínio dos criminosos no país asiático por três meses.

A dupla embarcou na tarde de terça-feira (18) em Bangkok, Tailândia, e desembargou no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, por volta das 16h. O voo contou com escala na Etiópia.

Na chegada, os dois prestaram depoimento à Polícia Federal. Depois, falaram com a imprensa e se emocionaram ao reencontrar os familiares. “Estou feliz. Livre de verdade”, disse Phelipe. Cleide Viana, mãe de Luckas, também celebrou: “Estou gelada de tanta emoção. Foram dias, meses de sofrimento. Acabou hoje”.

Luckas e Phelipe foram sequestrados, respectivamente, em outubro e novembro de 2024. Os dois não se conheciam, e passaram a ter contato no cativeiro, embora os criminosos proibissem o contato entre pessoas de mesma nacionalidade.

A tortura em Mianmar

Ainda no aeroporto, os dois detalharam os últimos meses em solo asiático. Ambos foram à Tailândia após receberem falsas ofertas de emprego no país. Eles foram em períodos diferentes – em um espaço de cerca de um mês.

Ao chegarem, eles cruzaram a fronteira de Mianmar, onde tornaram-se vítimas de tráfico humano. Eles ficaram presos em uma fábrica em Myawaddy, onde eram forçados a trabalhar mais de 15 horas por dia.

Mensagem de Phelipe para o pai no dia em que o grupo planejava fugir.Reprodução

O trabalho envolvia aplicar golpes em pessoas do mundo todo, mas com foco em brasileiros: “O pessoal de outros países, como Rússia, Ucrânia, países da América, era mais fácil de enganar”, disse Phelipe.

O brasileiro afirmou que tentava encontrar métodos de não atrair vítimas para os golpes, mas era cobrado por metas pelos líderes da quadrilha. Caso não atingissem os valores estipulados, eram torturados com espancamento, eletrochoques ou squat down, que é uma série excessiva de agachamentos.

Luckas e Phelipe conseguiram fugir em 9 de fevereiro, juntamente com um grupo de centenas de imigrantes. Eles foram detidos por um grupo rebelde chamado DKBA (Exército Democrático Karen Budista). Os rebeldes encaminham o grupo a um centro de detenção após negociações com a ONG Exodus Road, especialista no resgate de vítimas de tráfico humano. 

Alívio em solo brasileiro

Já em solo brasileiro, ambos celebraram o fim do pesadelo vivido em Mianmar. Phelipe comemorou a sensação de segurança, enquanto agradeceu o apoio da ONG que ajudou em seu resgate e à imprensa brasileira. 

TRÁFICO DE PESSOAS | Nesta terça-feira (18), os dois brasileiros que foram sequestrados e escravizados em Mianmar, na Ásia, retornam ao Brasil. O Itamaraty publicou um vídeo em que as vítimas, Luckas Viana dos Santos e Phelipe de Moura Ferreira, fazem o alerta. pic.twitter.com/Hlrxa6B0tF

— EBC (@ebcnarede) February 18, 2025

“Agora quero descansar tudo que não descansei nesses meses”, disse. Além disso, Phelipe planeja terminar sua faculdade e fazer tratamento psicológico para lidar com o episódio traumático em sua vida.

Luckas, que relembrou os momentos de terror,  também agradeceu : “Eu fui espancado e preso porque tentei entrar em contato com a minha família. Eles me prenderam por 20 dias. Agora estou com minha família. Quero agradecer a todos que ajudaram”.



Fonte: gente.ig.com.br

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