segunda-feira, setembro 29, 2025
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Berta Loran: fatos surpreendentes da vida da atriz

Morreu a atriz e comediante Berta Loran, aos 99 anos. Natural de Varsóvia, na Polônia, Berta teve uma trajetória marcada por superação, talento e irreverência, deixando um legado de mais de sete décadas de atuação no teatro, no cinema e na televisão brasileira.

Berta cresceu em uma família judia numerosa, vivendo em condições difíceis na capital polonesa, onde chegou a dividir um quarto com 14 parentes. A família fugiu do avanço nazista em 1939, estabelecendo-se no Rio de Janeiro, enquanto muitos parentes ficaram na Europa e não sobreviveram.

Foi ainda menina que Berta descobriu a paixão pelo palco. Aos 14 anos, estreou em uma companhia de teatro judaica ao lado do pai, José Ajs, alfaiate e ator amador, que a introduziu ao mundo das artes. Junto com a irmã, formou a dupla “A Bela e a Berta”, apresentando-se à comunidade judaica do Rio. Ao longo da carreira, interpretou peças em iídiche, como S’grorjs Gevins e Moyses Ganef, e participou de comédias musicais com artistas internacionais.

Sua estreia em produções de maior visibilidade ocorreu em 1952, no Teatro Carlos Gomes, e em 1955 ela chegou ao cinema brasileiro com o filme “Sinfonia Carioca”, na era das chanchadas. Ainda nos anos 1950, morou em Portugal durante seis anos, apresentando-se com a peça “Fogo no Pandeiro”. De volta ao Brasil, consolidou-se no teatro de revista e em espetáculos de sucesso, como “Boeing Boeing” e “Alegro Desbum”, ao lado de grandes nomes da cena nacional.

Na televisão, Berta Loran tornou-se conhecida por personagens cômicos que marcaram gerações. Estreou na TV Tupi, mas foi na TV Globo que alcançou maior notoriedade, com participações em “Balança Mas Não Cai”, “Faça Humor”, “Não Faça Guerra”, “Riso Sinal Aberto” e, sobretudo, na “Escolinha do Professor Raimundo”, onde deu vida à icônica Manoela d’Além-Mar. Atuou ainda em “Zorra Total”, “A Grande Família” e novelas como “Amor com Amor se Paga”, “Cama de Gato” e “A Dona do Pedaço”, seu último trabalho na televisão aos 93 anos.

Além do humor, Berta também teve uma carreira cinematográfica de destaque, sendo indicada ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro em 2021 pelo filme “As Jovens Polacas”, que retrata a história de jovens judias imigrantes. A atriz acreditava ter interpretado mais de 2 mil personagens ao longo da vida, mostrando dedicação e paixão pelo ofício até os últimos anos.

O Hospital Copa D’Or, onde a atriz estava internada, divulgou nota confirmando o falecimento e se solidarizando com familiares, amigos e fãs. As causas da morte não foram informadas.

Berta Loran deixa um legado que atravessa gerações. Sobrevivente do Holocausto, pioneira do humor feminino na televisão brasileira e atriz versátil no teatro e cinema, ela será lembrada não apenas pela risada que arrancou de milhões, mas pela coragem e humanidade que marcaram toda a sua trajetória.

Fonte: gente.ig.com.br

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