Edição 2025 chega com força total e traz expectativa de impacto positivo para a cidade e a região
De 15 a 18 de maio, Corumbá volta a ser o coração pulsante da cultura latino-americana. A 18ª edição do Festival América do Sul, que começa nesta quinta-feira, traz uma novidade que já dá o tom da grandiosidade do evento: pela primeira vez, o palco principal será montado no Porto Geral, cartão-postal da cidade às margens do Rio Paraguai. A programação se espalha pelo local com shows, oficinas, exposições, apresentações teatrais, rodas de conversa e intervenções culturais.
Durante quatro dias, 96 atrações gratuitas transformarão Corumbá em um mosaico vivo da diversidade latino-americana. Grandes nomes da música brasileira, como Duduca & Dalvan, Xamã, Alcione, Pixote e Isabel Fillardis, dividem a cena com artistas de outros países do continente. Sobem ao palco Pedro de La Colina, do Chile, e Mayra Sanchez, da Colômbia, que se apresentam na sexta-feira. No sábado, o agito fica por conta do grupo Fiesta Cuetillo, da Bolívia, e do aclamado Buena Vista Social Club Tribute, representando Cuba. No domingo, o festival recebe também o Coro Ars Antiqua, do Paraguai, ampliando ainda mais o diálogo cultural entre as nações vizinhas.
A programação inclui ainda nomes como Matu Miranda e Bebê Kramer, a Cia do Mato com o espetáculo “Chafica”, o Teatro Imaginário Maracangalha, o Grupo de Dança Estrela do Pantanal, SoulRa, Karla Coronel, Catedral Erudita, Cia Tarsila de Artes Cênicas, Júlio Ruschel, Grupo Urbe, Orquestra Ocamp e Guga Borba. A cultura afro, indígena e pantaneira também ganha destaque, com uma curadoria que valoriza a representatividade, os saberes tradicionais e múltiplas linguagens artísticas.
Ansiedade em alta
A expectativa para esta edição é grande. Não só pela nova localização do palco e pelas atrações de peso, mas porque a última edição, realizada em 2023, deixou um saldo bastante positivo. Mais de 100 mil pessoas participaram do festival, que impulsionou a ocupação da rede hoteleira em até 40% e aqueceu o comércio local de maneira significativa. Em 2024, o evento não aconteceu, o que só aumentou a ansiedade pelo seu retorno em grande estilo.
Carla Martins Pexe, gerente de hotel, confirma o impacto direto do festival na economia local. “Só com os dias do evento, tivemos um aumento de 30% na ocupação em relação ao mesmo mês do ano passado. E quando o hotel enche, cresce a demanda por insumos, lavanderia, manutenção, transporte… Tudo isso movimenta o comércio e os serviços em Corumbá.”
Para quem vive a cidade de perto, o festival é mais que um evento artístico. A comerciante Ana Caroline Mirande, que já participou de outras edições, conta que o movimento começa dias antes. “Quando o festival chega, a gente já sente o clima diferente. A comida, os artesanatos, os shows… tudo isso ajuda muito o comércio local. Eu preparo a loja para receber turistas, até da Bolívia. É uma época ótima para a cidade.”
Para quem trabalha diretamente no Rio Paraguai, como o guia e piloteiro Rafael Santos Moraes, o festival também faz os bons ventos soprarem. Os passeios de barco aumentam consideravelmente e ajudam a equilibrar o orçamento anual. “Chegamos a fazer até 10 passeios por dia. Isso ajuda demais, principalmente porque em alguns meses do ano o movimento é fraco. É um ganho essencial para a gente.”
Já quem aposta na culinária como atrativo, como José Carlos de Oliveira, o Zézin, também vê no festival uma oportunidade de ouro. Dono de um restaurante no Porto Geral, ele passou décadas servindo boa comida nos barcos de passeio e agora trouxe o sabor das águas para terra firme. Para o festival, preparou um cardápio especial. “Tem brochete de pintado, quibe de jacaré, quibe de barbado e torresminho de piranha, entre outras delícias. Quero que não só o turista, mas também o corumbaense, tenha essa experiência e sinta o gosto do nosso Pantanal.”
Facilidade no acesso
Para facilitar a chegada do público, a organização do Festival América do Sul vai oferecer transporte coletivo gratuito. A linha “Expresso Festival” liga a parte alta à parte baixa da cidade, com horários estratégicos entre os dias 15 e 18 de maio. Além disso, microônibus saem do Terminal Antônio Maria em direção à Orla Portuária a cada 30 minutos, com frequência ajustada conforme a demanda. O último horário dependerá do fim das apresentações.
Com uma proposta que une integração cultural, economia criativa e sustentabilidade, o Festival América do Sul 2025 reafirma seu papel como um dos maiores eventos culturais da região. Um convite ao encontro com a arte, a história, a natureza e o calor humano de Corumbá, que mais uma vez se transforma no coração vibrante da América do Sul.
Confira a programação completa do festival no site: mscultural.ms.gov.br/festival/festival-america-do-sul
Galerias de imagens
Evelise Couto – Ascom/FAS 2025
Fotos Ascom/FAS 2025