domingo, novembro 9, 2025
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"O outono do patriarca", uma obra cada vez mais atual

Gabriel García Márquez é um dos principais escritores que a literatura mundial já teve, sendo ganhador do Nobel de literatura em 1982.

Seu livro Cem anos de solidão, além de aclamado pelo público e pela crítica, é um dos romances em língua espanhola com mais exemplares impressos, perdendo somente para Dom Quixote , de Miguel de Cervantes.

Mas essa não é a única obra do colombiano García Márquez, temos também Ninguém escreve ao coronel , Crônica de uma morte anunciada , A incrível e triste história da Cândida Erêndira e sua avó desalmada e O outono do patriarca (1975), que agora completa 50 anos de sua primeira edição.

No Brasil o livro é publicado pela Editora Record.

Um marco

Possivelmente, O outono do patriarca é o livro de García Márquez com mais experimentações na linguagem e em sua construção narrativa.

O texto não se limita a um único narrador, apresenta poucos pontos finais e também chama a atenção pela ausência de parágrafos. Apesar disso, o texto flui como poucos, envolvendo o leitor.

A obra enquadra-se no que veio a se chamar de realismo mágico latino-americano ou  real maravilhoso ou, ainda, realismo fantástico.

Esse foi um movimento literário que se constituiu como uma resposta dos escritores latino-americanos à literatura fantástica europeia.

Nos anos 60 e 70 do século passado dizia-se que a realidade vivida na América Latina já era bem fantástica, que o fato de retratá-la já criava um universo mágico.

A obra

Ao relatar a saga de um ditador, García Márquez faz uma síntese que concentra toda a história da nossa América Latina com suas ditaduras.

No romance O outono do patriarca o autor apresenta um ditador centenário, com idade estimada entre 107 e 232 anos.

Esse chamado patriarca governou seu povo de maneira despótica.

O país no qual se passa a trama não tinha uma localização clara no mapa do mundo, mas poderia ser qualquer um da América Latina.

Paródia

A obra é uma grande paródia da história do continente latino-americano pois muitas das cenas narradas foram, nitidamente, inspiradas em fatos históricos de diversos países.

Em O outono do patriarca há também uma série de textos diluídos ou retrabalhados como, por exemplo, o Diário de Cristóvão Colombo, que mostra todo o impacto e deslumbramento do navegador em descobrir o novo mundo.

Além disso, encontramos histórias bíblicas adaptadas ao enredo do romance, relacionadas com o ditador e seus familiares.

Tudo isso faz da leitura do romance uma grande aventura na descoberta do fazer literário de García Márquez.

Atualidade

Se fizermos um paralelo desse livro do escritor colombiano com a atual realidade da América Latina, vamos encontrar muitos pontos de contato, o que ajuda a entender melhor quem somos.

Isso comprova que O outono do patriarca, mesmo depois de 50 anos da primeira edição, continua com a mesma força e impacto inicial.

Uma obra que merece ser lida.

Esta coluna é um espaço destinado à cultura e músicas latinas. Mais informações sobre esses temas você encontra em www.ondalatina.com.br   e no Canal Onda Latina: https://www.youtube.com/@canalondalatina

Fonte: gente.ig.com.br

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