Poucos grupos conseguem atravessar décadas mantendo o mesmo prestígio e relevância. O Soweto é um desses casos raros na música brasileira.
Surgido na zona leste de São Paulo nos anos 1990, o grupo se tornou sinônimo de pagode romântico, emplacou sucessos que marcaram gerações e segue, até hoje, arrastando multidões e lançando novidades.
“Manter o Soweto vivo e relevante por três décadas é algo que a gente só consegue explicar com uma palavra: verdade. Desde o começo, nosso som nasceu do coração, com letras que falam de sentimentos que todo mundo vive ou já viveu. Acho que esse é o nosso maior segredo: a conexão emocional com o público” , afirma Crisevertom, integrante desde a formação inicial.
Já para o vocalista Dado Oliveira, a relação com os fãs com o Soweto é o combustível que mantém a chama acesa: “Temos uma cumplicidade muito forte com o nosso público, esse amor mútuo é o nosso segredo. Jamais vamos nos cansar de agradecer por tanto”.
O Soweto construiu sua história sem se prender a modismos, mas sabendo se reinventar: “Sempre buscamos nos atualizar sem perder a essência. Cantamos o amor, e isso continua sendo a base de tudo. No fim das contas, entendemos que dá pra evoluir, alcançar novos públicos e ainda assim manter o coração do Soweto”, destaca Criseverton.
Prova disso é o lançamento do mais recente EP com três músicas inéditas — Por que não agora, Fora de moda e Olha aí — produzido por Lelê e Bruno Cardoso, do Sorriso Maroto.
“É um trabalho criterioso. Não podemos deixar de lado o que nos consagrou, mas é necessário acompanhar e evoluir também. Esse novo EP representa bem essa mescla de tradição e evolução”, completa Dado.
Essa fórmula de equilibrar passado e presente é um dos segredos do grupo. Enquanto clássicos como Farol das Estrelas e Refém do Coração seguem emocionando plateias, o Soweto também conquista a atenção de jovens que estão descobrindo o pagode dos anos 1990 pela primeira vez.
“Os clássicos são parte da nossa identidade, mas a música é viva e está sempre em movimento. Nosso papel é honrar a história sem deixar de dialogar com as novas gerações”, afirma Crisevertom.
Hoje, com uma média de 15 shows por mês, agenda lotada em diversas capitais e presença digital cada vez mais forte, o Soweto prova que sua marca é maior do que o tempo.
“Foi mágico reviver tantos momentos, mas o mais bonito é ver a reação das pessoas — quem viveu os anos 90 e quem está chegando agora. A música continua tocando corações, e é isso que mantém o Soweto vivo” , conclui o grupo.