Grupo dedicou show à Creuza Elizabeth da Mata com repertório recheado de clássicos do rock
Na virada do dia 15 para o dia 16 de maio, a primeira noite do 18º Festival América do Sul em Corumbá foi marcada por uma homenagem emocionante da banda local Exilados à professora Creuza Elizabeth da Mata. O show, realizado no palco do Porto, trouxe uma mistura de covers de grandes nomes do rock nacional e internacional, além de duas músicas autorais, e foi dedicado a uma figura icônica na história da educação corumbaense.
Formada em 2007, a banda Exilados tem uma longa trajetória de atuação em Corumbá e região, tendo se apresentado em outros festivais e eventos pelo Mato Grosso do Sul. Composta por Rodrigo da Matta nos vocais, Yan Vargas na guitarra, Gordo na bateria e Rennyer no baixo, o grupo tem raízes no rock dos anos 80 e 90, trazendo um repertório que combina o clássico e o contemporâneo.
A homenagem à professora Creuza Elizabeth da Mata foi marcada por fortes emoções. Nascida em Cuiabá e criada em Ladário, ela dedicou mais de cinquenta anos à educação na rede pública e privada de Corumbá. Creuza lecionou entre 1974 e 2007, depois de dar os primeiros passos de sua jornada como professora ainda em 1972, auxiliando na alfabetização de adultos. Sua trajetória foi marcada pelo entusiasmo pelo ensino e pela capacidade de incentivar seus alunos, como destacou seu sobrinho e vocalista da banda, Rodrigo da Matta.
Durante o show, Rodrigo destacou a conexão que a banda tinha com Creuza, ressaltando seu papel na vida deles: “Ela foi uma grande personalidade aqui em Corumbá. Sempre incentivou nosso trabalho e nossa música, e essa homenagem é uma forma de agradecimento por tudo que ela fez.”
O repertório da noite incluiu versões de clássicos de nomes consagrados como Legião Urbana, Barão Vermelho, Lulu Santos e Plebe Rude, além de músicas autorais da banda: “Futuro Errado” e “Destino”. A plateia, composta por seguidores, amigos e ex-alunos da professora Creuza, acompanhou com entusiasmo, especialmente na interpretação de “Zé Ninguém”, do Biquini Cavadão, em uma versão com arranjos diferentes, que empolgou o público a cantar junto.
Membros do coletivo Cotidiano Difícil, presentes na plateia, falaram sobre a cena cultural de Corumbá, destacando a união entre o rock e o rap na cidade: “O movimento underground aqui caminha junto, e estamos fazendo uma revolução cultural pela cidade”, afirmou Igor Punk. Carlitos Marola complementou, dizendo que “o rap com rock está unido aqui em Corumbá, e quem representa um, também representa o outro. Nosso movimento é periférico, mas ativo.”
Antes de encerrar, a banda prestou uma homenagem especial à professora Creuza com a interpretação de “Lenha”, de Zeca Baleiro, uma de suas músicas favoritas. A emoção tomou conta da plateia, composta por ex-alunos, familiares e amigos, que se emocionaram ao rememorar a figura da professora. Adriana Assad, ex-aluna e funcionária pública, moradora de Ladário, comentou: “Ela foi minha professora no Colégio Santa Teresa. Foi lindo o que fizeram hoje. O festival é uma celebração da cultura e da nossa cidade, e essa homenagem foi muito bonita.”
O show terminou com clássicos do RPM e Titãs e fechou com a canção “Tempo Perdido”, da banda Legião Urbana. Pessoas de todas as idades assistiram às apresentações, algumas do terraço de prédios vizinhos, todas cantando juntas e vivendo um momento de união e celebração cultural em uma noite que reuniu história, música e memória numa homenagem inesquecível a uma professora que marcou a vida de muitos corumbaenses.
O Festival América do Sul acontece até o dia 18 de maio, com uma vasta programação cultural. Confira as atrações aqui:
https://mscultural.ms.gov.br/festival/festival-america-do-sul/
por Daniel Rockenbach – ASCOM/FAS 2025
Fotos por Leandro Benites – ASCOM/FAS 2025
