Com sonoridade arrojada, lirismo afiado e sensibilidade à flor da pele, a cantora e compositora Day Limns apresenta nesta quinta-feira (8) pela Universal Music o EP A Beleza do Caos , um projeto com quatro faixas inéditas que traduzem sua vivência na cidade – e dentro de si mesma – em uma obra musical intensa, pop e espiritual.
Este lançamento chega acompanhado do single promocional Furta-cor , liberado a pedido dos fãs após anos de espera.
Produzido por Los Brasileros(vencedores do Grammy) e DMAX, o novo EP de Day Limns combina pop alternativo, trap, R&B melancólico e hyperpop com uma narrativa sólida, que reflete a jornada de um eu-lírico em meio ao caos da vida moderna.
A Beleza do Caos não é apenas um título — é uma provocação existencial. DAY parte de uma ideia poderosa: “Se o caos veio antes da luz, então é em nós que ela nasce.”
Nesse universo, o caos não é confusão: é a origem. É força criativa, linguagem ancestral. Inspirado pela mitologia grega ( Hesíodo), o EP trata o caos como matéria-prima da criação e convida quem ouve a se reconhecer como parte dele — não vítimas, mas criadores do próprio mundo.
A cidade de São Paulo é cenário e metáfora. Cada faixa é uma rua, um farol, um tropeço ou descoberta. O urbano é simbólico: buzinas, semáforos, curvas e colisões se tornam espelhos das emoções humanas. É nessa travessia entre luz e sombra que a beleza do caos se revela.
1. Deus é humano
A jornada começa no volante. DAY assume o caos como paisagem, mas também como espelho interior. A batida firme e o lirismo potente anunciam um manifesto: o divino não está acima — está aqui, agora, tropeçando com a gente: “Minha vida não é fanfic, mas parece um pouco”, ela canta. Fé, intuição, resistência urbana e espiritualidade em meio ao apocalipse do dia a dia.
2. Submissa
O caos agora é desejo. É o momento de tensão entre entrega e limite. Uma relação marcada por controle, atração e provocação. Com produção densa e atmosfera sombria, a faixa fala sobre poder, presença e autonomia emocional: “Ela quer me ver dançar na linha… Mas eu não tô num filme / Isso é só ilusão.”
É a recusa em se anestesiar num amor que diminui — e a afirmação de que até no caos, há consciência.
3. Acidente
O impacto. O reencontro com o passado. Uma colisão emocional onde a memória pega a artista de surpresa numa esquina qualquer. “ Tô torcendo pra não te ver, senão vou ter que te ignorar…” A faixa traduz o momento em que tudo dentro dela se desorganiza — mas é justamente nesse descontrole que há verdade. Fantasmas retornam, a cidade se torna espelho e o caos parece inescapável. Mas também é revelador.
4. Furta-Cor
Fechando o EP, Furta-cor abraça a impermanência. Leve e melancólica, mesmo com uma base vibrante de hyperpop, a faixa é sobre aceitar que nada dura, e que tudo se transforma : “Disse que é agridoce, disse que é furta-cor.”
É o fim da linha — mas não o fim da viagem. O caos não some: ele dança em luzes cambiantes. O que resta é beleza, mesmo que ainda doa.