Carolina Dieckmann, de 46 anos, passou por um momento delicado na infância, época em que a mãe dela, Maíra Dieckmann, passou 10 anos “bebendo, emburacada”. A artista, vista no remake de “Vale Tudo” como a personagem Leila, chegou a pensar que a matriarca fosse “alcoólatra, palavra que usava antigamente”.
As declarações foram dadas durante participação no “Conversa Vai, Conversa Vem”. “Alcoolismo, para mim, já era um assunto muito de dentro”, começou. “Eles [pais] se separaram, e minha mãe ficou 10 anos bebendo, emburacada, e a gente entendendo que, talvez, ela fosse alcoólatra”, pontuou.
“Ela deitada numa cama, muito triste, frágil. Um belo dia ela levantou, falou que ia parar de beber e de fumar e nunca mais. Sem frequentar nada. Entendemos, depois, que, talvez, ela não fosse alcoólica, porque depois a voltou a beber só socialmente. Então, ela realmente escolheu se a anestesiar através do álcool e ficou 10 anos num buraco”, acrescentou.
A artista ainda relata ter enfrentado dificuldades em ingerir bebidas pelas situações que passou ao lado da mãe. “Só consegui beber uísque depois que ela morreu [em 2019]. Fica aquela imagem da minha mãe deitada, o copo de uísque e o aroma. Dar um beijo nela e sentir aquele cheiro. Sentia o cheiro e já me dava reflexo no corpo, vontade de chorar. Comecei a beber tarde porque tinha esse medo também: ‘Será que beber significa chegar onde a minha mãe chegou?’.”, disse.
Em seguida, Dieckmann entregou as emoções que sentiu ao gravar “Descontrole”, filme dirigido por Rosane Svartman, com quem trabalhou em “Vai na Fé”. “Chorei muito e me curei muito. Tive momentos no set em que eu saía e falava: ‘Caramba, mãe, tô me curando aqui. Tô entendendo uma parada que não tinha como entender mais nova’. Me curei não através da palavra, mas do que conseguir acessar dentro”, concluiu.